Abstract:
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A aqüicultura, em geral, e a maricultura em particular, constitui tecnologias alternativas na produção de alimento, gerando empregos diretos e indiretos junto a comunidades de pescadores artesanais. O processo de crescimento e desenvolvimento das atividades aquícolas é apresentado sob um ponto de vista histórico da crise no setor pesqueiro, buscando transcender a dimensão produtivista. No Estado de Santa Catarina, o cultivo de mexilhões apresenta-se como alternativa viável na manutenção de pescadores em suas áreas de origem, gerando emprego, renda e contribuindo para a limitação dos processos de degradação dos ecossistemas litorâneos. Por outro lado, o crescimento da atividade gera problemas relacionados à qualidade do produto, ao beneficiamento, a comercialização, entre outros. O cooperativismo surge como instrumento de organização social e econômica para o setor produtivo, constituído por pequenos e médios produtores. Pelo histórico do cooperativismo, incluindo suas potencialidades e contradições, aponta-se para a necessidade de se avaliar seu papel na maricultura catarinense. Assim, o trabalho compreende um estudo de caso da Cooperativa de Maricultores de Canto Grande, Município de Bombinhas - Santa Catarina - onde foi realizada uma análise de sua gênese, expansão e das relações interinstitucionais, e da possibilidade de se converte-la em uma experiência piloto de maricultura orientada pelos princípios de ecodesenvolvimento. Foram aplicados questionários com os cooperados e diretores da cooperativa, bem como com profissionais e técnicos de agências de fomento e desenvolvimento nos setores da maricultura e cooperativismo. A constituição da Cooperativa foi caracterizada pela inconsolidação na comunidade, demonstrando baixo grau de participação social e capacidade administrativa, com dificuldades de comercializar o produto. Por outro lado, trouxe benefícios na geração de emprego para as mulheres e melhorias na qualidade ambiental local. Sob a ótica do ecodesenvolvimento, seria necessário alguns redirecionamentos para que a coopertiva possa se tornar uma estratégia viável de desenvolvimento alternativo de maricultura, destacando o acesso a processos decisórios, à participação comunitária, à autonomia e maior capacidade e conhecimento para aspectos sociais/participativos e produtivos/econômicos. Deste modo, não bastaria analisar o que têm ou não, e sim o que podem fazer ou não. |