As cores das marés: a construção cultural do conhecimento sobre as marés vermelhas

DSpace Repository

A- A A+

As cores das marés: a construção cultural do conhecimento sobre as marés vermelhas

Show simple item record

dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina pt_BR
dc.contributor.advisor Pires, Fernando Dias de Avila pt_BR
dc.contributor.author Schlemper, Susana Regina de Mello pt_BR
dc.date.accessioned 2012-10-20T01:45:24Z
dc.date.available 2012-10-20T01:45:24Z
dc.date.issued 2002
dc.date.submitted 2002 pt_BR
dc.identifier.other 189595 pt_BR
dc.identifier.uri http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/83621
dc.description Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Ciências Humanas. pt_BR
dc.description.abstract A maricultura como atividade econômica começou a ser explorada no Estado de Santa Catarina em 1989, e vem crescendo progressivamente, sendo o Estado o maior produtor do país. O crescimento da maricultura reflete o sucesso da atividade como alternativa de desenvolvimento e geração de recursos para as comunidades de pescadores artesanais, além de contribuir, para conter a degradação progressiva dos ecossistemas litorâneos. Todavia, diversos problemas surgem com o aumento da produção e demanda no mercado consumidor. Poucos estudos existem sobre o impacto ambiental causado pela produção intensiva de mexilhões e ostras e sob o ponto de vista sanitário, um dos maiores problemas que afetam os cultivos e bancos naturais, é a contaminação do produto por toxinas produzidas pelas algas marinhas que compõem o fitoplâncton. No Brasil, não há estudos epidemiológicos relacionados às intoxicações em seres humanos. As doenças causadas pela ingestão são reportadas eventualmente, porém não há estimativas do número de casos. Com a expansão da maricultura, as florações de algas tóxicas, as chamadas 'Marés vermelhas", fenômeno ligado ao crescimento exacerbado de microalgas produtoras de toxinas se tornou um grande problema ambiental, econômico e de saúde pública em diversas regiões do planeta. Algumas toxinas provocam lesões cutâneas, perturbações digestivas, respiratórias ou nervosas. Apesar do amplo conhecimento científico e dos avanços da clínica e terapêutica, o controle das intoxicações por mariscos ainda se constitui em um desafio; porém não há como ignorar os determinantes sociais e culturais da endemia, assim como os conhecimentos e as necessidades das populações atingidas. Neste estudo, meu objetivo foi estudar as doenças causadas por toxinas marinhas interagindo com o conhecimento da sociedade - as concepções, normas e práticas retidas pela população. Minha preocupação era conhecer, através dos relatos a interpretação que as pessoas davam sobre as doenças causadas pela ingestão dos moluscos contaminados por toxinas marinhas e, mais particularmente, da origem destas, bem como do tratamento que lhes era imposto ou de como eles próprios viam ou praticavam o tratamento. A maioria dos entrevistados conhecia detalhes das doenças e verifiquei a existência de um imaginário coletivo muito bem estruturado, elaborado com base nas experiências vividas ou conhecidas. A etiologia das intoxicações revelou-se desconhecida, mas a expressão maré vermelha está sacramentada, porém sua associação com o quadro clínico não ficou clara. O conhecimento de que mariscos e ostras podem fazer mal, está estabelecido e aceito; porém fortemente influenciado pelo discurso e práticas médicas vigentes. Associa-se ao manuseio do alimento, cozimento e conservação inadequados. Muitas explicações foram apresentadas para justificar os sintomas decorrentes da ingestão de moluscos: No entanto, foi interessante perceber que todos têm consciência do risco, inclusive a nível coletivo. A maior parte dos sintomas descritos, com atribuição de causalidade às intoxicações por mexilhões e ostras, pode ser generalizada para várias outras doenças. Os sintomas gastrintestinais foram os mais citados, incluindo diarréias, náuseas e vômitos, cólicas, azias, dispepsias, além de vertigens e febre. E outra observação interessante, é que quaisquer que sejam os fatores etiológicos e terapêuticos, em parte estão culturalmente determinados. A resultante é a crescente popularidade das práticas ditas alternativas, principalmente os chás de ervas, tidos como infalíveis. A maioria das pessoas, não buscou recurso médico, quando acometidas por distúrbios relacionados à ingestão de frutos do mar. Durante um problema de saúde, percebe-se que a própria família é o primeiro e às vezes único recurso a ser procurado, especialmente nas figuras dos membros mais experientes. Nenhum dos entrevistados conseguiu descrever o complexo ciclo das intoxicações e todas mediações entre o meio ambiente e os seres humanos. pt_BR
dc.format.extent 244 f.| il., tabs., grafs., mapas pt_BR
dc.language.iso por pt_BR
dc.publisher Florianópolis, SC pt_BR
dc.subject.classification Ciências Humanas pt_BR
dc.subject.classification Maricultura pt_BR
dc.subject.classification Santa Catarina pt_BR
dc.subject.classification Toxinas marinhas pt_BR
dc.subject.classification Intoxicacao alimentar pt_BR
dc.title As cores das marés: a construção cultural do conhecimento sobre as marés vermelhas pt_BR
dc.type Tese (Doutorado) pt_BR
dc.contributor.advisor-co Proença, Luis Antonio de Oliveira pt_BR


Files in this item

Files Size Format View
PICH0015-T.pdf 38.42Mb PDF View/Open

This item appears in the following Collection(s)

Show simple item record

Search DSpace


Browse

My Account

Statistics

Compartilhar