Influência das características físico-químicas do tripolifosfato de sódio na defloculação de suspensões cerâmicas

Abstract

Um dos maiores problemas encontrados pelas indústrias cerâmicas é o controle de qualidade de suas matérias-primas, especialmente dos aditivos utilizados como defloculantes para a estabilização das suspensões coloidais de argilas, esmaltes e engobes. Devido à ausência de uma metodologia bem estabelecida para quantificação do poder de defloculação dos aditivos utilizados não é incomum a ocorrência de problema na linha de produção, como dificuldade de descarregar os moinhos. Defloculantes que apresentam propriedades bem definidas como os poliacrilatos, possuem custos elevados o que leva as empresas a utilizarem produtos mais acessíveis. Dentre os defloculantes considerados acessíveis destaca-se o tripolifosfato de sódio utilizado puro ou com a adição de outros aditivos como a celulose carboximetílica. O tripolifosfato de sódio é utilizado em diversos setores da indústria brasileira, dentre elas podemos destacar as indústrias cerâmicas e indústrias de detergentes, devido a sua baixa relação custo/ benefício. Como o tripolifosfato de sódio possui mais de uma forma cristalina, suas propriedades variam e conseqüentemente sua capacidade como agente dispersante varia de acordo com a sua composição. Neste trabalho apresenta-se um estudo da influência da composição do tripolifosfato de sódio em suas diferentes estruturas cristalinas, na presença ou ausência da celulose carboximetílica sódica. Para tanto se utilizou dois tripolifosfatos de sódio comerciais, de diferentes fornecedores, que lideram o mercado de defloculantes para a indústria cerâmica no Brasil. Análises reológicas realizadas com suspensões coloidais de caulim mostraram que independente da fase cristalina que compõe o tripolifosfato de sódio "in natura", sua capacidade como agente dispersante pode ser melhorada significativamente se este sofrer um processo de hidratação adequado. Em conseqüência certificou-se que independente dos íons floculantes presentes no tripolifosfato de sódio, estes passam a não influenciar nas curvas de defloculação após a sua hidratação e a adição da celulose carboximetílica se torna desnecessária após a hidratação, reduzindo custos. Em vista destes resultados propõe-se uma metodologia de hidratação do tripolifosfato de sódio.