Abstract:
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Os manguezais são de grande importância no equilíbrio ecológico, sendo um berçário natural onde desenvolvem-se muitas espécies de animais e plantas. O objetivo central deste estudo é caracterizar o revestimento vegetal da área de manguezal em processo de formação, localizada na orla costeira do aterro hidráulico, em função da construção da Via Expressa Sul, na Ilha de Santa Catarina. A área selecionada, compreende uma extensão de aproximadamente 700 metros (setecentos metros). Este trabalho apresenta investigação à campo, tendo como resultado a confecção de um mapa cadastral das vegetações, através de levantamentos topográficos. ABRAHÃO nos anos de 1997 e 1998, realizou experimento nesta área no sentido de favorecer o desenvolvimento deste ambiente costeiro. Para isso foram utilizados métodos em que propágulos de espécies típicas de manguezal como: Avicennia schaueriana, Laguncularia racemosa e Rhizophora mangle, eram desenvolvidos em viveiro de mudas, para posterior plantio no substrato definitivo, e o de replantio, introduzindo mudas destas espécies, incluindo a Spartina alterniflora, uma gramínea que vive associada a estes ambientes, as quais eram coletadas em áreas naturais e replantadas na área de estudo. Passados aproximadamente cinco anos desde a fase de plantio dessas espécies, houve necessidade em conduzir um estudo complementar no sentido de caracterizar a vegetação ali plantada, bem como aquelas que se estabeleceram espontaneamente. Dados obtidos relacionados ao grau de influência de maré, cota topográfica e ao tipo de substrato mostraram que tais fatores influenciam decisivamente no desenvolvimento das espécies. Verificou-se que as espécies típicas de manguezal ali plantadas mostraram bom desenvolvimento. A Spartina plantada expandiu-se em torno do nível médio da maré, podendo ser plantada nesta cota. A Avicennia e a Laguncularia concentram-se entre a linha de preamar e nível médio da maré. As plantadas inicialmente próximo à linha da baixamar não prosperaram. As espécies vegetais pioneiras como Hibiscus tiliaceus e Juncus acutus, por exemplo, estão em cotas mais elevadas próximas à linha da preamar, caracterizando zona de transição. |