Abstract:
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Com o intuito de contribuir com o conhecimento biológico e de larvicultura do dourado (Salminus brasiliensis) foram realizados dois experimentos, os quais visaram a determinar a época e o manejo adequados para a realização da transição alimentar, do alimento vivo à ração. O primeiro experimento foi o estudo do desenvolvimento ontogenético enzimático do trato digestório da larva após a eclosão, através da quantificação das atividades enzimáticas de três proteinases: uma ácida (pepsina) e duas alcalinas (tripsina e quimotripsina). O objetivo deste estudo foi conhecer o grau de desenvolvimento funcional de tais órgãos, em larvas amostradas cada doze horas, durante sete dias. No segundo experimento foram testadas três diferentes épocas de transição do alimento vivo (larvas de curimba Prochilodus lineatus) para o artificial: no 3º, 5º ou 7º dia após a eclosão (AE) das larvas, de forma gradual (TG), mantendo o alimento vivo até dois dias após o início da transição alimentar, ou de forma total (TT), retirando-o totalmente no mesmo dia. A atividade de pepsina (0,0004±0,0 U o mg-1 de proteína) foi detectada a partir do terceiro dia, indicando a funcionalidade do estômago. Já a atividade de proteinases intestinais (tripsina e quimotripsina, 0,088±0,0 e 0,018±0,0 U o mg-1 de proteína, respectivamente) foi observada doze horas após a eclosão, antes de as larvas abrirem a boca. Não foi constatada uma contribuição enzimática do alimento vivo usado. A aceitação da ração ocorreu a partir do quinto dia após a eclosão. No final do 9° dia AE, os maiores valores de comprimento total foram obtidos para as larvas cuja transição foi feita no 3° dia TT (20,93±1,33 mm) e no dia 7° dia TG (20,41±0,80 mm). Os valores obtidos nos outros tratamentos foram significativamente menores (P<0,05). Os maiores valores de peso foram obtidos para as larvas cuja transição foi feita no 3° dia TT (0,067±0,014 g) e no dia 7° dia TG (0,078±0,009 g). A sobrevivência foi significativamente menor (P<0,05) quando a transição ocorreu no terceiro e quinto dias, se comparada com a de larvas cuja transição ocorreu no 7° dia após a eclosão. Quando a transição alimentar foi feita no terceiro ou quinto dias a sobrevivência foi maior se feita em forma gradual. Os resultados obtidos demonstram a importância do alimento vivo logo após a eclosão das larvas do dourado e sugerem que a ração poderá ser oferecida, de forma gradual, a partir do sétimo dia após a eclosão. |