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Este estudo parte do princípio de totalidade dos fenômenos e privilegia as análises estéticas do jogo de capoeira, o qual só permite a compreensão o conhecimento do todo deste universo simbólico. Para compreender o todo, deve-se conhecer a fundo as partes que constituem o universo capoeirístico. Nesta pesquisa procura-se estabelecer um diálogo entre mundos heterogêneos acerca da capoeira com o meio acadêmico. Para isso, parte-se do conhecimento popular da capoeira e suas práticas na UFSC agregando-se aos conhecimentos teóricos e análises laboratoriais sem a intenção de hierarquizar esses saberes. Encontra-se, na teoria dos antropólogos Clifford Geertz e Marcel Mauss a justificativa teórica para a possibilidade de cruzar conhecimentos epistemologicamente diferentes, que já atuam no cotidiano de um capoeira. Assim, analisa-se e descreve-se o universo do jogo da capoeira a partir do referencial teórico existente e de filmagens das aulas de capoeira de três grupos atuantes na UFSC. Conduziu-se, também, uma análise biomecânica de situações de jogos através de recursos de cinemetria, considera-se para isto, ao mesmo tempo, o elemento ético e estético que constituem cada roda de capoeira. Através do contato direto com os dados produzidos percebe-se a grandeza humana de criar e recriar as práticas sociais, pedagógicas, artísticas e culturais. As diferenças estéticas, metodológicas e prepositivas entre os grupos são mantidas sem nenhum tipo de hierarquização ou algum tipo de discriminação, pois procura-se entendê-los a partir dos espaços sociais atuantes. Através das análises realizadas, pode-se afirmar que a configuração espaço-temporal mostram semelhanças entre os grupos estudados. No entanto, observa-se que essas diferenças estão presentes no contexto antropológico do jogo, que envolve desde a formação da roda, o canto, os toques de Berimbaus e a corporalidade ali vivenciada. Os gestos, a técnica de cada estilo é diferente e reconhecível a olhos nus, apesar da semelhança de suas características físicas, quando abordadas isoladamente. Da observação participante percebe-se que todos os grupos mantêm o que se considera tradição na capoeira, elencou-se onze princípios estruturadores fundamentais na constituição da roda de capoeira que são modificados e estilizados por cada participante de acordo com os contextos sociais e culturais em que vive, porém é tradicional em seu conteúdo, em elementos que fornecem identidade à manifestação capoeira. |
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