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O objetivo do presente estudo foi de analisar as possíveis associações existentes entre a pressão arterial (PA) elevada e os fatores de risco potencialmente determinantes desta disfunção em adolescentes. Para tanto, participaram do estudo 644 adolescentes (16,3±1,0 anos) do ensino médio diurno, da rede pública de ensino do município de Londrina. A seleção da amostra foi realizada mediante a adoção do processo de amostragem por conglomerados em dois estágios. Para o cálculo do tamanho da amostra, considerou-se uma prevalência estimada de adolescentes com PA elevada em torno de 10%, um erro relativo de 3%, um nível de confiança de 95% e um efeito de delineamento igual a 1,5. Informações associadas aos fatores de risco foram obtidas por meio de um instrumento composto por questões demográficas, econômicas, prática de atividade física, hábitos alimentares, uso de cigarros e consumo de bebidas alcoólicas. Mensurações da massa corporal e da estatura foram realizadas para o cálculo do IMC. Assim, o excesso de peso corporal foi determinado conforme a adoção dos pontos de corte internacionalmente propostos para crianças e adolescentes. Medidas de PA sistólica e diastólica foram aferidas por um único avaliador mediante a utilização de um esfigmomanômetro do tipo aneróide, com manguitos de tamanhos apropriados à circunferência do braço dos adolescentes. Posteriormente, tabelas normativas sugeridas pelo National High Blood Pressure Education Program foram empregadas para classificar os adolescentes em relação aos níveis de PA. Quanto à análise dos dados, procedimentos de regressão logística univariada foram utilizados para investigar as associações entre a PA elevada e os fatores de riscos. Em seguida, análise de regressão logística não condicional, baseada no modelo de abordagem hierárquica, foi aplicada para identificar as interações independentes existentes entre a PA elevada e os fatores de risco. Os resultados revelaram que o consumo inadequado de gorduras (87,3%), cafeína (70,0%) e frutas (56,7%), além da prática insuficiente de atividades físicas (58,5%) e da ingestão regular de álcool (50,3%), foram os fatores de risco mais prevalentes entre os adolescentes. Cerca de um entre cada cinco adolescentes (18,6%) apresentou PA elevada. Variáveis demográficas foram independentemente associadas à PA elevada, onde, pertencer ao sexo masculino e possuir idade mais elevada representou maior risco para o desenvolvimento de níveis indesejáveis de PA. Análises univariadas indicaram que o uso de cigarros e o consumo de bebidas alcoólicas exerceram efeito protetor quanto a presença de PA elevada. Contudo, essas associações foram suprimidas após o controle para as variáveis de confundimento. Em relação aos hábitos alimentares, análises múltiplas evidenciaram que somente o consumo adequado de verduras tendeu a exercer um efeito benéfico sobre os níveis pressóricos. Interações não foram observadas entre o nível de atividade física e a PA elevada. Finalmente, análises ajustadas demonstraram que o excesso de peso corporal foi consistentemente associado à presença de níveis comprometedores de PA. Portanto, os resultados do presente estudo sugerem que, pertencer ao sexo masculino, possuir idade mais elevada e apresentar excesso de peso corporal, constituem-se como os fatores de risco independentementes associados a presença de PA elevada em adolescentes. |
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