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Esta pesquisa tem o objetivo de analisar a atuação do psicólogo na atenção básica no Sistema Único de Saúde (SUS), na cidade de Joinville, estado de Santa Catarina, contextualizada com as mudanças curriculares e a política de educação em saúde. Foram realizadas 13 entrevistas semidiretivas com psicólogos das equipes de saúde mental nas regionais de saúde, Centro de Atenção Psicossocial (CAPSII), Centro de Atenção Psicossocial (CAPSad, álcool e outras drogas) e Núcleo de Apoio Técnico. Pela análise de conteúdo das entrevistas, constata-se que as práticas do psicólogo na atenção básica, em nove equipes de saúde mental (área de abrangência, por equipe, entre 40 e 70 mil habitantes) se organiza conforme diretriz da Secretaria Municipal de Saúde e Política Nacional de Saúde Mental. A intervenção clínica do psicólogo se dá em atendimento individual e em grupos, divididos por: faixa etária/fase (gestante, crianças e pais; adolescentes, mulheres, idosos#) e diagnóstico (diabético, hipertenso, crônicos, seus familiares, deprimidos, ansiosos#). Cumpre também função de equipe matricial aos médicos das unidades básicas nos grupos de prescrição de medicação (ansiedade e depressão). Da análise é possível inferir que se trata de uma rede medicalizada, no campo 'psi', baseada em diagnóstico de psicopatologia, prescrição de drogas medicamentosas e apoio psicológico. O referencial teórico indica dois caminhos para grupos no campo 'psi': 1. modelo biomédico, como espaço de melhoramento das relações interpessoais e aprendizagem de habilidades, para adequação social e 2. produzir processos de subjetivação em uma experiência de olhar para si mesmo, ver e ouvir o outro, abrindo possibilidades de criação, solidariedade e produção coletiva. Pode-se levantar a hipótese de que os psicólogos estão trabalhando em um espaço iatrogênico, com um usuário medicalizado e rotulado com um diagnóstico e que muitas vezes espera que a eliminação de sintoma seja solução para seus problemas de estar-no-mundo. Formar psicólogos com capacidade de produzir processos de subjetivação - ser-em-relação - com metodologias ativas e ensino-aprendizagem no SUS, pode contribuir para a inserção do campo 'psi' na produção de significados em integralidade no cuidado, junto ao biológico e sócio-econômico instalados, complementando a construção em saúde para um efetivo acolhimento e apoio aos usuários e troca entre comunidades, trabalhadores e ensino. Se compreendermos as relações de trabalho com o trabalhador como agente de processos de mudança, é possível supor que uma construção efetiva de equipe amplie a compreensão das necessidades de cada pessoa e da comunidade e que um planejamento estratégico proporcione um trabalho horizontal entre os profissionais e se possa desenvolver promoção de saúde, educação em serviço e ampliar a resolubilidade, para ultrapassar este processo de iatrogenia no campo 'psi' e se caminhar para a integralidade, pela facilitação de processos de subjetivação nos serviços no SUS. This study aims at analysing the working of psychologists at the primary attention in the Public Health System in Joinville, SC, Brazil, contextualized with the curricular changes and the health education policy. 13 semidirect interviews were carried out with psychologists in the teams of mental health of regionals centres of health, Psychosocial Attencion Centre (CAPSII), Psychosocial Attencion Centre (CAPSad, alcohol and other drugs) and the Technical Support. The analysis of the interviews shows that the work of these psychologists in the primary attention in nine teams of mental health (reaching area, by team, between 40 and 70 thousand inhabitants) is organized according to the policy imposed by the City Health Secretary and the National Policy for Mental Health. The psychological clinical intervention is made done individually by the psychologist and in groups divided by: age (pregnancy phase, children and parents; adolescents, women, elder...) and diagnosis (diabetes, individuals with high blood pressure, chronic diseases and these family , depressed, anxious...). The psychologists have also a matrix function next to the doctors in the basic units in the medicine prescription groups (anxiety and depression). From the analysis it is possible to infer that this is a net with access to medicine, in the 'psy' field, based on psychopatological diagnosis, drug prescription and psychological support. The theory points at two directions for the groups in the 'psy' field: 1. biomedical model, with room for improvement in the interpersonal relations and skills acquisition, for social adequacy and 2. produce processes of subjectivity in a experience in the self, seeing and hearing the other, opening possibilities for creativity, sympathy and colective production. We can argue that the psychologists are working in a iatrogenic space, with an patient medicated and label with a diagnostic and who expects that the removal of symptons is the solution for their problems at being-in-world. Forming psychologists who are capable of subjectivity - be-in-relation-to - with active methodologies and teaching-learning experience in the Public Health System can contribute to the insertion of the 'psy' field in the production of meaningful and integral care, together with the social-economical and biological ones, complemented by the construction of health which translates into an effective welcoming and support for its users, and change with the community, workers and educators. If we understand the work relations with the worker like agent of change process, can assume an effective construction of a team that amplifies the needs understanding of each person and the community and that a strategic planning provides horizontal work between professionals that can develop health promotion, education in service and amplification, overtaking this iatrogenic process of the 'psy' field and reaching for integral attenction for easiness of processes from subjectivity in the Public Health System |
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