Abstract:
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INTRODUÇÃO: As doenças isquêmicas cardíacas são as maiores causas de mortalidade em todo o mundo. Proteína C reativa elevada tem sido considerada um fator de risco para seu desenvolvimento. OBJETIVOS: Determinar a distribuição da proteína C reativa na rede escolar de Florianópolis, Santa Catarina, assim como a associação de níveis elevados (> 3 mg/L) e outros fatores de risco para aterosclerose. MÉTODOS E RESULTADOS: Uma amostra representativa de 1.008 crianças e adolescentes, na faixa etária de 7 a 18 anos foi estudada. A imunonefelometria foi utilizada como método de análise da proteína C reativa. Utilizou-se análise bivariada para avaliação de associações e as variáveis que alcançaram tal nível de associação foram testadas utilizando regressão logística, pelo método de verossimilhança não-condicional anterógrado. Os achados demonstraram níveis mais elevados de proteína C reativa em crianças de escolas públicas [0,36 mg/L versus 0,35 mg/L, p = 0,006], menor escolaridade materna [0,41 mg/L versus 0,35 mg/L, p < 0,001], história familiar negativa para aterosclerose [0,38 mg/L versus 0,36 mg/L, p < 0,001], altos níveis de colesterol total [0,39 mg/L versus 0,35 mg/L, p < 0,001] e LDL-colesterol [0,34 mg/L versus 0,49 mg/L, p < 0,001], baixos níveis de HDL-colesterol [0,49 mg/L versus 0,26 mg/L, p < 0,001] e sobrepeso ou obesidade [0,82 mg/L versus 0,27 mg/L, p < 0,001]. Após análise multivariada, mantiveram-se associações positivas entre níveis elevados de proteína C reativa com baixos níveis de HDL-colesterol e sobrepeso ou obesidade. CONCLUSÕES: Esse estudo sugere que altos níveis de proteína C reativa podem estar associados a fatores de risco para aterosclerose como distúrbios do metabolismo dos lípides e sobrepeso. Intervenções comunitárias poderão determinar o impacto de mudanças de estilo de vida nos níveis dessa proteína e, por conseguinte, do nível inflamatório de tais crianças e adolescentes, a fim de evitar o aumento da prevalência das complicações da aterosclerose em médio prazo. BACKGROUND: Ischemic heart diseases are the most important cause of death in the world. High C-reactive protein levels have been considered as a new atherosclerotic risk factor. Few studies analyzed its association with other atherosclerotic risk factors in the childhood. OBJETIVES: To determine the C-reactive protein distribution in children and adolescents of Florianopolis, Santa Catarina State. Also to determine associations among C-reactive protein undesirable levels (> 3 mg/L) and other atherosclerotic risk factors. METHODS AND RESULTS: A representative randomized sample of 1,008 schoolkids and adolescents aged between 7 and 18 years old was studied. Immunonephelometry was used to C-reactive protein determination. Association with major risk factor was tested by univariate and bivariate analysis. Significant associations were selected for multivariate analysis by the forward non-conditional likelihood ratio method. Findings showed higher C-reactive protein levels in children from public schools [0.36 mg/L versus 0.35 mg/L, p = 0.006], lower mother literacy [0.41 mg/L versus 0.35 mg/L, p < 0.001], negative family history of atherosclerosis [0.38 mg/L versus 0.36 mg/dL, p < 0.001], high levels of total cholesterol [0.39 mg/L versus 0.35 mg/L, p < 0.001] and LDL-cholesterol [0.34 mg/L versus 0.495 mg/L, p < 0.001], lower levels of HDL-cholesterol [0.49 mg/L versus 0.26 mg/L, p < 0.001] and overweight/obesity [0.82 mg/L versus 0.27 mg/L, p < 0.001]. After multivariate analysis, there were positive associations among C-reactive protein high levels and HDL-cholesterol low levels and overweight/obesity. CONCLUSIONS: Our study suggested that higher C-reactive protein levels are associated with major atherosclerotic risk factors, like lipid profile and obesity. Intervention community trials analyzing the impact of lifestyle modifications on C-reactive protein levels and long term cardiovascular events should be addressed to prevent the projected increased of ischemic heart disease in the adulthood of this population. |