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A Teoria da Utilidade Esperada (TUE) - teoria econômica que domina a análise de tomada de decisão sob risco - assinala que os indivíduos adultos são racionais, maximizadores de utilidade, e por possuírem função utilidade estritamente côncava, quando se deparam com duas opções de escolha com o mesmo ganho médio, mas diferentes níveis de incerteza, evitam escolher a mais arriscada. Desta forma, comportam-se de maneira avessa ao risco. Aversão ao risco seria, portanto, o caso default em humanos adultos, o mesmo ocorrendo em inúmeras espécies de animais (RODE et al., 1999; BATESON, 2002). No entanto, estudo recente da neurobiologia (McCOY e PLATT, 2005) constatou que macacos, em um experimento envolvendo apostas visuais, se mostravam sistematicamente propensos ao risco. Tais observações apontam na direção da existência de algumas variáveis que influenciam no processo de tomada de decisão e que não foram contempladas pela TUE, entre elas os processos neurais envolvidos na tomada de decisão e o fator aprendizagem. Assim, para se avaliar como estas variáveis afetam as escolhas em humanos, replicou-se os experimentos realizados anteriormente por McCoy e Platt (2005) em crianças. O intuito era avaliar se a aversão ao risco é uma característica inata ao indivíduo ou se variáveis como aprendizagem e características biológicas e psico-neurológicas influenciam na formação destas preferências. Os resultados obtidos indicaram, então, que, de maneira semelhante aos macacos, as crianças se mostraram propensas ao risco e que experiências passadas, conforme sugerido pela Teoria da Aprendizagem, possuem significativa participação no processo de aversão ao risco em humanos. Além disso, sexo, indivíduos caracterizados como de comportamento agressivo e a razão entre o tamanho dos dedos indicadores e anelares, um indício do nível de testosterona intra-uterina, também revelaram-se fatores importantes no processo. The Expected Utility Theory (EUT) - economic theory that dominates the analysis of decision making under risk - indicates that adult humans are rational, maximizers of utility , and because they present a strict concave utility function, when confronted with two options of the same mean value but differing in uncertainty, adult humans typically avoid choosing the risky option. Thus, they seem to be risk averse. Aversion to the risk would be, therefore, the case default in adult human, the same was observed in many species of animals (RODE et al., 1999; BATESON, 2002). However, a recent neurobiology study (McCOY and PLATT, 2005) showed that monkeys systematically prefer the risky targets in a visual gambling task. These observations point in the direction of the existence of some variables that influence decision-making process and that were not contemplated by the EUT. Thus, to assess how these variables affect the choices in humans we pretend to replicate in children, the same experiments carried out previously by McCoy and Platt (2005). The intention would be to evaluated if risk aversion is an innate characteristic to the individual or if such variables like learning and biological and psycho-neurological characteristics could influence the formation of these preferences. The results indicates that, in similar way to monkeys, the children shown to be risk prone and that past experiences, as suggested by the Theory of Learning, had significant participation in the process of aversion to risk in humans. Furthermore, sex, an aggressive behavior and the ratio between the size of the second and fourth fingers, an indicative of the level of intra-uterine testosterone, also proved to be important factors in the process. |
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