Abstract:
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A Melhoria Contínua constitui um pré-requisito para a sobrevivência não somente na natureza, mas também na indústria. Para que algo possa ser melhorado, porém, é necessário primeiro conhecer o fenômeno em particular. Conhecimento, por sua vez, resulta do uso adequado da informação, e a medição representa o processo através da qual informação é potencialmente gerada. A Metrologia, portanto, possui impacto direto no sucesso de uma organização. Para formar o conhecimento, entretanto, é importante que a informação e, por conseguinte, a medição, tenha valor intrínseco, e o conceito de incerteza de medição pode ser utilizado para valorar essa condição. No âmbito industrial, por seu turno, apesar da importância destacada da medição por coordenadas, as técnicas existentes para avaliar a incerteza de medição não têm si-do suficientes para promover o uso do conceito de incerteza. Pode-se atribuir parte da constatação acima a uma forma limitada de aplicação do conceito de incerteza, incompatível com o quadro em que a metrologia está hoje in-serida. Um modelo de integração da incerteza aos diferentes estágios do processo de realização do produto e da medição é proposto neste trabalho para preencher as lacunas testemunhadas pela metrologia por coordenadas industrial, o qual se baseia no uso combinado e racional de diferentes técnicas de avaliação da incerteza, tendo como parâmetro de escolha o nível de exatidão requerido à incerteza. No contexto visionado, os métodos baseados na lei da propagação da incerteza e no uso de pe-ças calibradas são os que melhor se ajustam às necessidades da metrologia indus-trial. Contudo, a efetividade do modelo proposto vincula-se diretamente à concepção de meios que permitam ao usuário superar as dificuldades impostas pelos métodos. Assim, este trabalho não apenas formaliza o modelo de integração da incerteza, mas também fornece instruções para a constituição de balanços de incerteza para men-surandos de diferentes tipos, sob variados níveis de conhecimento, e estratégias pa-ra contornar limitações inerentes aos métodos experimentais. Demonstra-se, dentro de um domínio de aplicação definido, porém extensível, que os métodos de avalia-ção convencionados no GUM clássico podem ser convenientemente empregados em um contexto diferenciado de aplicação da incerteza nas medições por coordena-das de produção, de valor ímpar para o metrologista industrial. |