Abstract:
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As emissões de metano a partir da geração de dejetos animais têm contribuído para o aumento dos gases de efeito estufa, intensificando o problema do aquecimento global. A utilização de biodigestores no tratamento de dejetos animais além de reduzir a carga orgânica dos dejetos, também diminui a emissão de GEE com a possibilidade de gerar energia. O estado de Santa Catarina é o principal estado produtor de suínos do Brasil, e possui um efetivo de suínos da ordem de 7,158 milhões de cabeças. Este trabalho teve como objetivo principal avaliar a composição e a quantidade produzida de biogás em 13 reatores anaeróbios aplicados no tratamento de dejetos de animais em diferentes regiões de Santa Catarina, onde a suinocultura é significativa. Além da análise do biogás, avaliou-se o afluente e efluente de cada biodigestor em termos de pH, Eh, T, DQO e SV. A composição média do biogás na maioria dos casos variou entre 26,6 e 39,9% para a concentração do CO2 e entre 62,2 e 74,8% para o CH4. A produção média de biogás registrada nos biodigestores variou entre 4,5 e 8 m3/h, exceto em 3 propriedades, que se observaram valores menores de vazão entre 0,8 e 3 m3/h. A eficiência de remoção de DQO, na maioria dos biodigestores foi satisfatória, com uma média de 75% no verão, e de 78% no outono. Em relação aos SV, a eficiência de remoção nos biodigestores apresentou valores médios de 80% (verão) e 69% (outono). A média de produção de biogás diária por matriz e por animal, obtida neste trabalho foi de 0,61 m3 e 0,26 m3, respectivamente. Considerando esses dados e o número de matrizes e de suínos em fase de terminação existentes no estado, Santa Catarina tem um potencial de geração de biogás em torno de 493,03 milhões de m3/ano. Concluiu-se que utilização de reatores anaeróbios nos sistemas de tratamento dos dejetos de suínos, além de removerem a matéria orgânica e os sólidos voláteis existentes nos dejetos brutos, possibilitam a formação do biogás com boa composição em termos de CH4 e com a possibilidade real de sua utilização para geração de energia. Com este tipo de tratamento minimiza-se o impacto causado pela libertação dos GEE na atmosfera, beneficiando o meio ambiente. |