Abstract:
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O objetivo deste estudo foi descrever as prevalências de desvios posturais na coluna lombar de adolescentes e analisar suas possíveis relações, considerando os seguintes aspectos: dores lombares; mobilidade articular; atividade física e índice de massa corporal. A população do estudo foi formada por adolescentes estudantes da rede Federal de ensino de Florianópolis/SC, sendo a amostra composta por 288 alunos (156 rapazes e 132 moças), na faixa etária dos 15 aos 18 anos. Para o levantamento dos dados utilizou-se procedimento de fotogrametria, seguindo protocolo de Christie et al. (1995) para avaliação postural; questões fechadas e abertas para identificar a prevalência de quadros de dor, freqüência e hábitos que desencadeavam o problema; teste de Schober modificado para mensurar a mobilidade da coluna lombar; versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) para a classificação do nível de atividade física; questões abertas e fechadas para determinar as práticas esportivas, além das aulas de educação física, tanto no passado quanto atualmente e índice de massa corporal seguindo pontos de corte propostos por Conde e Monteiro (2006). Na análise de dados utilizou-se procedimentos de estatística descritiva, teste de Student para amostras independentes, teste U de Mann-Whitney, correlação de Pearson, correlação de Spearman, teste Qui-Quadrado (2) e Regressão de Poisson. Os principais resultados demonstram que a prevalência de desvios posturais foi de 53,8%, sendo que 90,9% desses desvios corresponderam à retificação da curvatura lombar, acometendo mais o sexo masculino. A prevalência de dores lombares foi de 49,3%, apresentando uma freqüência semanal em 43,1% dos avaliados. Níveis de flexibilidade insatisfatórios foram encontrados em 21,9% dos estudantes. Nenhum aluno foi classificado como sedentário, no entanto, a prevalência de excesso de peso em 20,1%. O ângulo lombar apresentou-se relacionado com dor, mobilidade e prática atual de esportes. Os resultados da regressão de Poisson mostraram que o sexo masculino, a mobilidade articular insatisfatória, a permanência sentada por longos períodos de tempo e prática de esporte além das aulas de educação física apresentaram razões de prevalência superiores de desvios posturais. Esses resultados servem de alerta e indicam a clara necessidade de uma triagem de problemas posturais na escola, na qual a identificação precoce de problemas posturais, assim como de hábitos errados pode prevenir a instalação de problemas permanentes na coluna lombar de adolescentes. Nessa perspectiva, um maior incentivo de órgãos governamentais é imprescindível no que concerne a questões relacionadas à saúde dos alunos e a fatores que podem estar desencadeando a adoção de hábitos posturais incorretos. |