Abstract:
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Por serem ambientes com elevada produção biológica e criadouro de muitos organismos, os estuários se tornam importantes para o equilíbrio do ecossistema e atrativos economicamente. O conhecimento do metabolismo e da dinâmica desses sistemas é de fundamental importância para servir como subsídio para programas de avaliação, monitoramento e preservação. Este trabalho teve como objetivo conhecer a comunidade fitoplanctônica e ficoperifítica no estuário do Rio Ratones, devido a sua importância como principais produtores primários nos ambientes aquáticos e pela sua importância na cadeia alimentar e na manutenção desses sistemas. As coletas foram realizadas em três estações de amostragem ao longo do Rio Ratones em março (verão) e agosto (inverno) de 2008, na maré alta e baixa, em três estações de coleta. Primeiramente, foi testada a eficiência de quatro métodos de coleta para a identificação e quantificação empregadas no estudo sobre a biodiversidade e distribuição espaço temporal do ficoperifíton no estuário do Rio Ratones: Foden et al. (2005); Matsuoka e Fukuyo (2003); Eaton e Moss (1966); in vivo. As metodologias de Eaton e Moss (1966) para o sedimento, e in vivo para as epifíticas se mostraram as mais eficientes para a obtenção dos organismos. As análises dos métodos de coleta apontaram para as dificuldades encontradas ao se estudar amostras ficoperifíticas em ambientes estuarinos que, por serem ambientes rasos e dinâmicos, sofrem a influência constante do sedimento na formação das comunidades presentes nestes locais. O levantamento da flora fitoplanctônica e ficoperifítica no estuário do Rio Ratones permitiu a identificação de 185 táxons específicos e infra-específicos, distribuídos entre os grupos Cyanophyceae (20), Euglenophyceae (23), Dinophyceae (2), Chlorophyceae (22), Xantophyceae (2), Chrysophyceae (2), Coscinodiscophyceae (34), Fragilariophyceae (7) e Bacillariophyceae (73). A salinidade, turbidez, ressuspensão do sedimento, vazão hidrológica e ação das marés foram os fatores que mais influenciaram na estrutura das comunidades fitoplanctônicas e ficoperifíticas no presente estudo. A elevada precipitação pluviométrica no verão foi a principal responsável pelos baixos valores da salinidade nas estações de coleta deste mês. O grupo com maiores densidades no fitoplâncton durante todo estudo foram os fitoflagelados e as diatomáceas. No sedimento, as diatomáceas foram o grupo com as maiores densidades. Bacillaryophyceae foi a mais representativa das classes tanto no fitoplâncton quanto no sedimento, com valores de riqueza de espécies altos quando comparado com as outras. A interação perifíton/plâncton se mostrou muito presente, e para estudos futuros sugerese a análise de maiores variáveis abióticas, como nutrientes, para que se possa inferir maiores conclusões à respeito da influência da salinidade na composição e densidade das microalgas fitoplanctônicas e perifíticas. Além disso, para um estudo mais detalhado da estrutura desses organismos, se faz necessário um número maior de estações de coleta e réplicas para cada local. |