Abstract:
|
As diatomáceas são citadas como sendo o grupo dominante na costa brasileira. Portanto, estudos relacionados à taxonomia e distribuição dos gêneros são bastante relevantes para o entendimento do local onde são registrados e para subsidiar futuros estudos ecológicos. A Ilha de Santa Catarina está localizada no sudoeste do oceano Atlântico, em umas das regiões mais complexas, com relação à influência de massas d'água, do mundo, conhecida como zona de Confluência Brasil-Malvinas. O objetivo do presente estudo foi inventariar as diatomáceas marinhas (Capítulo 1), descrever e ilustrar as espécies de Thalassiosira Cleve emend. Hasle (Capítulo 2) e Skeletonema Greville emend. Sarno et Zingone (Capítulo 3), e ainda, analisar a distribuição anual e densidade celular de Coscinodiscus wailesii Gran & Angst (Capítulo 4) em dois diferentes locais estudados na costa da Ilha de Santa Catarina, SC, Brasil. As coletas foram mensais (janeiro/2007 a janeiro/2008) e realizadas em três estações de coleta: duas no centro-oeste da Ilha (Baia Norte: Estação Ratones Grande e Estação Guarás) e uma no sudeste da Ilha (Estação Pântano do Sul). As amostras foram analisadas em Microscopia Óptica e Microscopia Eletrônica de Varredura. Foram identificados 139 táxons de diatomáceas. A classe mais representativa foi Coscinodiscophyceae (73 táxons). Foram encontrados 23 táxons do gênero Thalassiosira. Thalassiosira exigua, T. mala e T. visurgis são primeiros registros para a costa brasileira e T. visurgis para o sudoeste do Atlântico. A espécie que apresentou a maior freqüência relativa durante a amostragem foi T. eccentrica (Ehrenberg) Cleve. As maiores freqüências relativas registradas para o gênero foram observadas na primavera. O gênero Skeletonema foi representado por três espécies: S. grethae Zingone et Sarno, S. pseudocostatum Medlin emend. Zingone et Sarno e S. tropicum Cleve. Skeletonema grethae e S. pseudocostatum ocorreram concomitantemente nos meses de maio, agosto, novembro e janeiro/08, sendo as que apresentaram maior freqüência relativa de valvas. Enquanto que S. tropicum foi registrado somente nos meses de janeiro/07 e maio, apresentando uma baixa freqüência relativa de ocorrência. Na amostragem não foi encontrada S. costatum, indicando que a espécie é menos comum no Sul do Brasil que as demais componentes do complexo S. costatum "sensu lato". Coscinodiscus wailesii foi observada nos meses de janeiro/07, fevereiro, março, abril, julho, dezembro e janeiro/08. A densidade celular variou entre 193,05 e 2316,6 cels.L-1. Houve correlação positiva significativa entre o número de células e a salinidade na Estação Ratones Grande. Os resultados mostraram que os dois locais estudados são semelhantes, considerando-se o número de espécies registradas. Contudo, foram observadas diferenças quando a freqüência relativa de cada espécie foi analisada. A costa da Ilha de Santa Catarina mostrou-se como um local bastante diverso em relação ao número de táxons de diatomáceas registrados. Portanto, precisa ser alvo de mais estudos e merece atenção, considerando-se o alto nível de degradação ambiental que a região vem sofrendo. |