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Em sua filosofia prática, Kant busca um princípio a priori e, portanto, inteiramente racional para fundamentar o que ele define como uma ação genuinamente moral. Tal ação é chamada de ação por dever, e precisa ser realizada não apenas em conformidade externa com a lei moral: é também necessário ter como móbil o respeito que tal lei suscita, além de não se sujeitar a interesses egoístas ou motivações empíricas. O autor formula um procedimento de averiguação moral, capaz de julgar a correção de nossas máximas, chamado Imperativo Categórico, que pode ser assim descrito, de acordo com a obra Fundamentação da metafísica dos costumes: Age de maneira tal que seja possível desejar que a máxima da ação deva tornar-se lei universal. Kant diz serem a liberdade e a autonomia da vontade os princípios necessários à moralidade. Defende, também, que precisamente a moralidade deva ser entendida como prova da existência destes princípios, que se caracterizam por seu caráter apriorístico. O texto O conceito de máxima e suas implicações para a filosofia moral de Immanuel Kant é uma pesquisa investigativa que tem por objetivo analisar o conceito kantiano de máximas, bem como suas implicações à teoria moral deste filósofo. As máximas são princípios práticos subjetivos, que podem ser descritos do seguinte modo: Em situações do tipo A, devo agir de modo B. Estudaremos nesta Dissertação de Mestrado quais as implicações das diferentes interpretações do conceito de máxima para a filosofia prática kantiana. Além disso, examinaremos a vinculação das máximas com os imperativos, na medida em que estes são os responsáveis pelo julgamento moral daquelas e, portanto, capazes de elevá-las, caso possam ser universalizadas, a leis morais. Baseamo-nos no estudo das três obras kantianas mais relevantes sobre filosofia moral: Fundamentação da metafísica dos costumes (1785), Crítica da razão prática (1788) e Doutrina da virtude (a segunda parte da Metafísica dos costumes 1797). Interessa-nos poder responder, entre outras, à questão: como pode ser o caso de haver fraqueza da vontade se sempre agimos por máximas? Para tanto, discutiremos o que é a fraqueza da vontade, qual a relação entre as máximas e a razão prática, a tese da incorporação, o autoengano e a generalidade que uma máxima pode assumir. Nesse sentido, ressaltaremos a importância da deliberação do agente, da íntima relação entre as máximas e a autonomia, a liberdade e a espontaneidade. |
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