Abstract:
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Perdas substanciais de producao sao registradas em pos-colheita de macieira causadas principalmente pelos fungos Penicillium expansum e Botrytis cinerea. Os metodos usuais de controle envolvem a imersao de frutos em solucoes fungicidas e o uso da frigorificacao. Na busca por metodos alternativos, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da quitosana e do vapor de acidos de cadeia curta, in vivo e in vitro, sobre os fungos P. expansum e B. cinerea. Nos ensaios in vivo, os frutos de macieira foram inoculados com uma suspensao de esporos de P. expansum ou B. cinerea antes (efeito curativo) ou apos (efeito preventivo) a imersao em suspensao de quitosana ou nas suas formulacoes. Os frutos tratados foram armazenados, no escuro, a 25+1C, sob alta umidade relativa, e avaliados periodicamente quanto a incidencia e a severidade das podridoes. Nos ensaios in vitro, avaliou-se o efeito de quitosana sobre a formacao de colonias de P. expansum, o crescimento micelial e a esporulacao de B. cinerea, bem como a germinacao de esporos e o comprimento do tubo germinativo de ambos. Os resultados indicaram que a imersao dos frutos de macieira em suspensoes de quitosana a 0,25 e 0,5% reduziu a severidade da podridao de Penicillium em ate 54 e 74% em tratamentos preventivos, respectivamente. Nos tratamentos curativos, adjuvantes foram necessarios para se obter bons niveis de reducao da severidade das podridoes: a adicao de glicerol a 3,0% na suspensao de quitosana a 0,5% reduziu em 47,6% a severidade da podridao de Penicillium; a formulacao contendo quitosana a 0,25%, glicerol a 0,75%, estearato de magnesio a 0,1% e Tween 80 a 0,1% foi eficiente em reduzir as podridoes de P. expansum e B. cinerea em 26,5 e 44,6%, respectivamente. Por outro lado, a adicao de cloreto de calcio ou carbonato de potassio as suspensoes de quitosana nao aumentou a eficiencia de controle das suspensoes contra as podridoes. In vitro, a quitosana a 50 e 100 Êg.mL-1 inibiu significativamente a germinacao de esporos e a elongacao do tubo germinativo de P. expansum e B. cinerea, respectivamente. Comparando-se diferentes quitosanas, a de baixo peso molecular (Qbpm) e a comercial (Qcom) reduziram o crescimento micelial e estimularam a esporulacao de B. cinerea em meio BDA. A atividade de peroxidases em tecidos de maca inoculados com P. expansum foi maior do que nos tecidos nao inoculados. No entanto, nao houve efeito da quitosana sobre a atividade das enzimas peroxidases e polifenoloxidases em frutos tratados. Na segunda etapa do trabalho, testou-se a fumigacao dos frutos de macieira cv. Fuji com os acidos formico, acetico e propanoico, bem como etanol e hexanal. Para tanto, depositou-se uma suspensao de esporos de P. expansum na epiderme intacta dos frutos. Apos a secagem, os frutos foram fumigados por 30 min e, posteriormente, feridos no local da deposicao dos esporos. Avaliou-se a severidade e a incidencia da podridao. A fumigacao dos frutos de macieira cv. Fuji, contendo esporos de P. expansum em sua epiderme, com os acidos formico, acetico e propanoico foi eficiente em reduzir a severidade e a incidencia da podridao de Penicillium. Os acidos ainda inibiram totalmente a germinacao do fungo em laminas escavadas, quando utilizados a 12 ÊL.L-1 de ar, mostrando potencial para reduzir a concentracao inicial de inoculo que se encontra tanto na epiderme dos frutos como nas embalagens de acondicionamento. Dessa forma, os resultados do trabalho indicaram que as reducoes na severidade das podridoes pela imersao dos frutos de macieira em quitosana e suas formulacoes devem-se principalmente a atividade antibiotica da quitosana. O uso da fumigacao de frutos com compostos volateis que apresentam elevada atividade antimicrobiana pode ser uma tecnica complementar empregada em pos-colheita, visando reduzir as elevadas concentracoes superficiais de inoculo. |