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As oclusopatias, além de serem potencialmente geradoras de problemas funcionais, causam também problemas estéticos que dificultam a inserção e o convívio sociais. A atenção prestada às oclusopatias é geralmente, restrita ao nível individual, sendo ofertada principalmente pelo setor privado. Objetivos: Analisar a atenção às oclusopatias, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, em Santa Catarina, e sua interface com a atenção básica em saúde, por meio do estudo dos dados epidemiológicos, da caracterização da atenção às oclusopatias no SUS, da identificação das ações realizadas por cirurgiões-dentistas na atenção básica e da adaptação de um protocolo de atenção aderente à realidade estudada. Método: Foi composto por três momentos. O primeiro tratou do estudo da realidade epidemiológica relativa às oclusopatias a partir de um recorte do banco de dados do Levantamento SB Brasil 2003. O segundo momento tratou da análise das oclusopatias no Brasil por meio de mapas inteligentes com a utilização do programa TabWin® para confecção dos mapas. O terceiro momento foi dedicado ao estudo sobre a assistência às oclusopatias no âmbito do SUS, com a definição de um protocolo de atenção às oclusopatias o qual fundamentou a elaboração do instrumento de coleta de dados. O questionário foi construído em três secções, sendo respondido por 211 cirurgiões-dentistas, profissionais da atenção básica de 8 municípios de Santa Catarina que possuíam atendimento ortodôntico, no próprio município, via Centro de Especialidades Odontológicas - CEO ou via Instituição de Ensino Superior - IES. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de ética da UFSC de acordo com o parecer 043/2009. Resultados: as regiões SE e S apresentaram as maiores taxas de prevalência de oclusopatias nas idades avaliadas. Sobre a provisão de serviços odontológicos, a região NE apresentou as melhores razões entre o no de hab. e o no de CS (6,12 mil hab./CS), e entre o no de hab. e o no de CEO (173,49 mil hab./CEO). A região S apresentou a melhor razão entre o no de hab. e o no de especialistas (8,56 mil hab./especialista), e entre o no de hab. e o no de IES. A região SE produziu a maior quantidade de procedimentos especializados de assistência às oclusopatias. Em relação aos cirurgiões-dentistas participantes, eles se sentem moderadamente e altamente capacitados para a realização de diagnóstico, acompanhamento e execução dos tratamentos relativos aos problemas avaliados. Na atenção básica são desenvolvidas ações educativas, preventivas, e de diagnóstico e acompanhamento. O tratamento às oclusopatias é pouco realizado em todas as fases da dentição. Considerações finais: o panorama atual da atenção às oclusopatias caracterizou-se por elevada prevalência e insuficiente capacidade de cobertura, havendo discrepâncias regionais. A ferramenta mapa inteligente apresentou-se adequada como meio auxiliar para o planejamento de políticas de saúde e saúde bucal. O cenário brasileiro de ampliação dos serviços públicos de atenção odontológica configura-se numa ação necessária e oportuna. Santa Catarina possui uma estrutura capaz de ofertar assistência às oclusopatias por meio da rede básica e dos CEO. Reforça-se a necessidade de continuidade das ações educativas e preventivas executadas na atenção básica e a implementação das ações de tratamento. São necessárias adequações à rede de atenção em saúde bucal, em Santa Catarina, com vistas à potencialização da assistência pública às oclusopatias. |
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