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Objetivou-se investigar a prevalência e fatores associados às quedas em idosos de Florianópolis, SC. Este estudo é parte do inquérito transversal de base populacional e domiciliar EpiFloripa Idoso 2009 realizado com 1.705 idosos (= 60 anos), residentes em Florianópolis, SC. A partir da resposta afirmativa de quedas no inquérito foram investigadas as circunstâncias e consequências das quedas, por meio de uma entrevista estruturada. Realizou-se a estatística descritiva, e na análise bruta empregou-se o teste qui-quadrado de Pearson e de tendência linear. Na análise ajustada empregou-se a regressão de Poisson com variância robusta, levou-se em consideração análise por conglomerados, sendo respeitada a hierarquia entre os possíveis fatores associados com o desfecho. Foram incluídas no modelo multivariável todas as variáveis que apresentaram valor p<0,20 quando da análise de regressão simples. Estimaram-se as razões de prevalência (RP), com intervalos de confiança de 95% (IC95%). Dentre os 1.705 idosos investigados 19% (n=322) relataram queda. Na análise ajustada dos dados, observou-se que as quedas associaram-se significativamente com ser do sexo feminino (p=0,004); idade avançada (p=0,001), menor renda (p=0,010), ser insuficientemente ativos no lazer (p=0,001), percepção negativa das calçadas (p=0,014), relato de depressão (p=0,003) e dor crônica (p=0,001), com uso hipoglicemiantes (p=0,043), de antiarrítmicos (p=0,014), e percepção de saúde negativa (p=0,012). A maioria dos idosos sofreu uma única queda (56,2%), 50,7% caíram enquanto se locomoviam, 43,2% dentro do domicílio, 25,2% no quarto. A principal circunstância da queda foi tropeço (29,9%), sendo que a maior parte ocorreu devido a irregularidades no chão (19,7%). Em 71% dos idosos as quedas ocasionaram lesão, a mais citada foi escoriação/arranhão (34,9%), e 14,8% mencionaram limitações para realizar atividades após a queda. Verificou-se associação significante entre limitação para realizar atividades após a queda e, medo de cair novamente (p=0,03), lesão em virtude da queda (p=0,001), fratura em virtude da queda ( p<0,001), tempo no chão após a queda =15 minutos (p=0,001) e perda da consciência (p=0,007). Dentre os 266 idosos que indagados sobre medo de cair novamente, 57,1% responderam afirmativamente. Na análise ajustada obteve-se associação significante entre medo de cair e ser do sexo feminino (p=0,001), menor escolaridade (p=0,052), menos convívio com os amigos (p=0,002), presença de dor crônica (p=0,029) e maior número de quedas (p=0,021). A partir de tais achados percebe-se que a prevenção das quedas em idosos deve ser uma preocupação de saúde pública. |
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