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A atividade suinícola tem grande importância econômica, ocupando elevada posição no mercado internacional e interno. Santa Catarina é considerado o estado brasileiro de maior concentração de suínos contribuindo com 16% da produção. Contudo a suinocultura é a atividade que exerce maior impacto ambiental sobre os recursos hídricos do estado. Estudos indicam uma produção anual no país de 105,6 milhões de metros cúbicos de dejetos. O consumo de água nas atividades de criação de suínos é da ordem de 15 L/animal/dia, gerando um efluente rico em sólidos, nutrientes, metais pesados e patógenos. Nesse sentido, o presente estudo teve por objetivo verificar a viabilidade de reservatórios de estabilização como tecnologia para o polimento e reuso do efluente proveniente de um sistema de lagoas, produzido em uma propriedade suinícola. Dois reservatórios (R1 e R2), operados em bateladas, foram monitorados semanalmente durante 11 meses (abril de 2009 a fevereiro de 2010), em dois períodos com tempos de reservação de 4 e 6 meses. Os resultados mostraram-se satisfatórios, R1 no seu melhor desempenho apresentou remoção de 78% para DQO; 86% para DBO5 dissolvida; 82% para amônia; 70% para Fósforo total; 83% para SS; 99,9% para E.coli, com concentrações finais de 479±10 mg/L, 66±3 mg/L, 107±8 mg/L, 31±1 mg/L, respectivamente. Os melhores resultados, em R2, mostraram eficiências de remoção de 70% para DQO, 80% para amônia; 68% para Fósforo total; 86% para SS; 99,9% para E.coli, com concentrações finais de 485±6 mg/L, 52±11 mg/L, 75±2 mg/L, 13±1 mg/L, respectivamente. Para E.coli não foram detectadas concentrações finais. Flutuações nas eficiências de remoção foram registradas, devido ao efeito da sazonalidade no desempenho dos reservatórios, com maior rendimento durante o período de elevadas temperaturas e radiação solar. Estratificação térmica, ao longo da profundidade dos reservatórios, não foi observada. A avaliação da comunidade planctônica mostrou a predominância de Chlamydomonas e Chlorellas (freqüência de 100%). Em relação ao potencial de reuso em irrigação, os efluentes tratados apresentaram risco alto de salinização do solo e médio ou baixo de sodificação, o risco de toxicidade do íon cloreto apresentou grau de restrição "de ligeira à moderada". Os efluentes tratados podem ser utilizados na irrigação, desde que respeitados os critérios de drenagem e sejam escolhidas espécies vegetais tolerantes a salinidade. Quanto ao reuso do efluente na limpeza das instalações, não foi observada toxicidade pela volatilização da amônia devido ao pH obtido (?8,0) e as concentrações finais de coliformes não apresentaram riscos pelo contato direto/indireto do produtor com o efluente. |
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