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A Artrite Reumatóide (AR) caracteriza-se como uma doença inflamatória crônica, contribuindo para a incapacidade e redução da qualidade de vida. A aterosclerose, reconhecidamente um processo inflamatório, é encontrada na AR com frequência, independentemente dos fatores de risco tradicionais. Nesse sentido, os fatores de risco emergentes vem ganhando destaque, entre eles a homocisteína (He). O nível elevado de He no sangue tem sido relatado como fator de risco independente para as Doenças Cardiovasculares (DCV). Alguns fatores podem influenciar a concentração de He, sendo sugerido que um maior nível de atividade física (nAF) esteja associado a menores respostas no sangue. Entretanto, esses achados continuam controversos. O objetivo do presente estudo foi verificar a relação entre o nAF e a concentração plasmática de He em mulheres com AR. O estudo caracterizou-se como transversal. A amostra foi composta por 44 mulheres com AR, com idades acima de 20 anos, pacientes do Hospital Universitário (HU), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os indivíduos foram submetidos a uma entrevista, na qual foram obtidos dados referentes a caracterização da amostra, AR e hábitos de vida, seguida da aplicação dos questionários de capacidade funcional (HAQ) e nAF (IPAQ), além da avaliação antropométrica. Posteriormente, foram coletadas amostras de sangue para as dosagens de He e ácido fólico (FOL). A correlação de Pearson foi realizada para as seguintes associações: tempo de AR (tAR) x HAQ; nAF x HAQ; He x FOL e; nAF x He. Além disso, realizou-se uma regressão linear múltipla para se predizer valores da variável dependente (He) em função das variáveis independentes (nAF, idade, Índice de Massa Corporal (IMC), metotrexato (MTX), tabagismo e FOL) (nível de significância p<0,05). Não foi encontrada associação entre o nAF e a concentração plasmática de He em mulheres com AR (r= 0,003; p= 0,982). Na regressão linear múltipla, somente as variáveis idade e tabagismo permaneceram no modelo (R-quadrado ajustado 0,299; p< 0,001). Assim, a influência do nAF na concentração plasmática de He não se encontra plenamente estabelecida, sendo necessários novos estudos, em especial, na AR, uma população com risco cardiovascular aumentado. Apesar disso, a AF é amplamente recomendada na AR, devido à manutenção da capacidade funcional e laborativa e consequente redução de custos relacionados à doença. |
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