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A partir de uma revisão histórica, pretendeu-se analisar a prática educativa de Agentes de Saúde no Projeto de Saúde da Cooperalfa, desenvolvido em municípios do meio oeste catarinense baseado nos princípios da Atenção Primária. Através de um estudo exploratório descritivo qualitativo, foi realizada pesquisa documental retrospectiva e pesquisa em campo, através de entrevistas semi-estruturadas direcionadas a sujeitos envolvidos especialmente entre os anos de 1980 e 1982. Os documentos levantados foram, inicialmente, mapeados a partir de temas-chave, a fim de possibilitar a organização da descrição dos dados. Fotos e slides foram analisados tanto no sentido de contribuir para a qualificação das informações escritas quanto na disponibilização de novas informações. Posteriormente, recorreu-se ao procedimento descritivo do corpus dos documentos recolhidos, construindo-se a história do Projeto. As informações das entrevistas referentes à história foram utilizadas também descritivamente, enquanto os demais dados foram tratados através da análise textual discursiva. Os resultados foram sistematizados em três categorias: "afinal, que método era esse?", "da escolha ao cotidiano do Agente de Saúde: potencial educador em saúde", e "do Agente de Saúde ao Agente Comunitário de Saúde". Identificou-se que os referencias teóricos e metodológicos e os valores, que norteavam a formação dos Agentes contribuíram para sua vinculação e compromisso com o Projeto, aumentando sua possibilidade de atuar em prol da comunidade e fomentando sua prática educativa. Ainda que esta não fosse uma função claramente proposta, observou-se que o Agente era um educador em saúde, incorporando às suas práticas referenciais e valores utilizados em seu próprio processo de formação. Desta forma, desenvolveu uma postura educativa ética, transformando-se em um verdadeiro agente de transformação social. Por fim, identificou-se que, enquanto o Agente de Saúde desenvolvia com clareza seu papel de elo entre comunidade e serviço de saúde, sendo educador em sua essência, o Agente Comunitário desponta atualmente como serviço para a comunidade, o que pode, em parte, reduzir seu potencial enquanto agente de transformação. Concluiu-se que os resultados encontrados podem servir de subsídio para repensar a formação e o papel do Agente Comunitário de Saúde atualmente, tendo-se como base os princípios e as diretrizes que regem o SUS. |
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