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O objetivo desta pesquisa é analisar a contribuição das solenidades públicas de colação de grau da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em nível de graduação, resgatadas a partir de 2004, com vistas à organização, desenvolvimento e fortalecimento do espaço público na universidade como instituição social, sob a perspectiva dos gestores universitários. As formaturas da Instituição até o fim da década de 80 apresentavam o caráter público e democrático. A partir da década de 90 foram privatizadas e no ano de 2004, foi resgatado seu caráter institucional, público e democrático. A devolução da formatura pública para a comunidade garantiu a participação na solenidade, de todos os formandos em igualdade de condições e sem custos para o estudante. Esta ação visa fortalecer o processo de democratização das solenidades de colação de grau dos seus cursos de graduação, na perspectiva de resgatar o seu caráter público, fortalecendo o exercício da cidadania dos seus estudantes e familiares, que foi fortemente abalado a partir da década de 90, como reflexo das políticas públicas neoliberais. Esta pesquisa caracteriza-se por um estudo de caso de natureza qualitativa, utilizando a análise de documentos, a construção de um arcabouço teórico contextualizando o fenômeno investigado, além de entrevistas semiestruturadas com gestores universitários. Para este estudo a construção do público é concebido a partir do atendimento aos interesses comuns, onde as diferenças são respeitadas, o diálogo é mantido, e os elementos que envolvem a complexidade da universidade pública são compreendidos na perspectiva de promover o desenvolvimento e a preservação desses espaços para as próximas gerações. Este espaço deve possibilitar a integração e a inserção social promovendo assim a consolidação de valores que envolvem a ética, a democracia, a justiça social e o bem comum. A partir dos resultados da pesquisa, é possível observar fortes evidências de que a formatura pública da UFSC é envolvida por relações de grandes dimensões e que refletem diretamente no seu caráter público, democrático e isonômico. Assim, ela se constitui em um processo que se apresenta em constante movimento e que pode contribuir para a organização ou para a desorganização do espaço público, de acordo com o contexto que a envolve. A Universidade é uma instituição complexa, caracterizada pela diversidade da sua comunidade interna e externa. Diferentes culturas, etnias, classes sociais, credos religiosos e ideologias políticas, aliados às relações de poder, se manifestam no seu fazer diário, como instituição social, fazendo com que seja capaz de identificar, compreender e responder às contradições existentes. Sustentar o espaço público é uma ação complexa, pois não é uma ação isolada da Universidade. Todavia, demanda muito esforço, vontade política, ousadia e acima de tudo compromisso institucional. |
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