Interpretando uma alternativa: considerações sobre a virada interpretativa nas ciências sociais entre as décadas de 1960 e 1970.

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Interpretando uma alternativa: considerações sobre a virada interpretativa nas ciências sociais entre as décadas de 1960 e 1970.

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Title: Interpretando uma alternativa: considerações sobre a virada interpretativa nas ciências sociais entre as décadas de 1960 e 1970.
Author: Coan, Isadora Cristina de Melo
Abstract: O objetivo deste trabalho é tratar do ressurgimento de abordagens interpretativistas em meados da década de 1960, movimento conhecido como virada interpretativa. Diz-se ressurgimento visto a marginalização de tais abordagens no período que compreende a institucionalização das disciplinas sociais no âmbito da estrutura universitária, porém mais contundentemente após o predomínio de concepções positivistas, estrutural-funcionalistas e comportamentalistas (como o behaviorismo) nas ciências sociais. Para tal revitalização das abordagens interpretativas, recorreu-se amplamente a desenvolvimentos da disciplina do século XIX, início do século XX (como a hermenêutica de W. Dilthey e a sociologia compreensiva de M. Weber), bem como a desdobramentos posteriores da filosofia do século XX, como a abordagem lingüística de L. Wittgenstein, a abordagem fenomenológica de A. Schütz e a contribuição da Escola de Frankfurt, representada aqui pela obra de J. Habermas. Dentre inumeráveis temas que foram tratados pelos mais diversos autores explícita e consensualmente enquadrados como tendo uma abordagem interpretativa frente ao mainstream positivista das ciências sociais, este trabalho acabou por se concentrar no que toca ao complexo tema da notória dicotomia estabelecida pelos defensores do cientificismo nas ciências sociais entre fato e valor. Questionamentos quanto à validade e o status científico (objetivo) do conhecimento obtido por abordagens interpretativistas se contrapõem a questionamentos quanto à possibilidade e relevância de um conhecimento esterilizado do mundo social. Neste movimento, as metodologias desenvolvidas pelos membros da Escola de Cambridge, em suas reflexões sobre a inserção do pesquisador no seu próprio campo de estudo, enquadram-se neste trabalho de dois modos complementares: como um guia para a pesquisa bibliográfica e para a compreensão dos textos lidos; mas também como um exemplo das discussões teóricometodológicas consonantes com a virada interpretativa. Finalmente, um breve olhar para a obra do politólogo contemporâneo Mark Bevir tem como objetivo esboçar brevemente o modo como temas intrínsecos à constituição das ciências sociais, em especial à fundamentação do interpretativismo, são postos em prática e permanecem em contínuo debate.The aim of this paper is to address the resurgence of interpretive approaches in the mid-1960s, movement known as interpretive turn. It is said the resurgence in view of the marginalization of such approaches in the period comprising the institutionalization of social disciplines within the university structure, but more strikingly after the dominance of positivistic, structural-functionalist and behaviorist concepts (as in the behaviouralism) in the social sciences. For this revival of interpretive approaches, it was widely used the developments in the discipline of the nineteenth century, early twentieth century (as the hermeneutic of W. Dilthey and the comprehensive sociology of M. Weber), and the subsequent developments of twentieth-century philosophy as the linguistic approach of L. Wittgenstein, the phenomenological approach of A. Schütz and the contribution of the Frankfurt School, represented here by the work of J. Habermas. Among myriad issues that were addressed by several authors explicitly and consensually classified as having an interpretive approach against the mainstream positivist social science, this work came to focus the complex issue of the striking dichotomy established by the advocates of scientism in social sciences between fact and value. Questions regarding the validity and scientific (objective) status of the knowledge obtained by interpretative approaches are opposed to questions of the possibility and relevance of a sterilized knowledge of the social world. In this movement, the methodologies developed by the members of the Cambridge School, in their reflections on the insertion of the researcher in his own field of study, are mobilized in this work in two complementary ways: as a guide to literature and to understand the read texts, but also as an example of theoretical and methodological discussions in line with the interpretive turn. Finally, a brief look at the work of the contemporary political scientist Mark Bevir aims to briefly outline how intrinsic issues to the constitution of social sciences, in particular the reasoning of some kind of interpretivism, are implemented and remain in ongoing debate.
Description: TCC (graduação) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Curso de Ciências Sociais.
URI: http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/99092
Date: 2010-12-13


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