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A Sociologia consolidou-se como disciplina obrigatória no currículo das escolas públicas do Distrito Federal, a partir da Reforma do Ensino Médio desencadeada pelo Ministério da Educação, em 1998. Conforme as diretrizes dessa Reforma, cabe a essa disciplina contribuir para que educando desenvolva as capacidades de observação, análise e síntese que possibilitem o entendimento dos fundamentos das relações sociais, em especial, aquelas geradas pelas atuais mudanças na produção e no conhecimento. A Sociologia seria um instrumento prático a serviço da inserção competente do aluno no mercado profissional e na sociedade tecnológica. Mas, e os professores da rede pública do Distrito Federal? o que pensam sobre a Sociologia no Ensino Médio? Em busca de resposta para este questionamento, realizou-se um estudo com 24 sujeitos. Estudo que teve como aporte teórico, as contribuições de Anthony Giddens, Peter Berger, Serge Moscovici e Willem Doise. Constatou-se que a visão acerca da Sociologia enquanto instrumento de formação para o exercício da cidadania constitui uma referência comum para os professores. A partir dessa referência, porém, se verificou a existência de posições diferenciadas entre os sujeitos. Aqueles com formação superior em Ciências Sociais acreditam que a Sociologia teria esse caráter formativo, na medida, em que propicia a compreensão sistemática das relações sociais. Entretanto, ela não direciona o aluno para nenhum projeto de intervenção na realidade social. Por sua vez, os sujeitos com formação em outras disciplinas acreditam que a Sociologia ajuda na formação do cidadão, na medida, em que conscientiza o aluno acerca da necessidade de sua intervenção na realidade visando mudanças no âmbito da comunidade, da família, da vida pessoal e do trabalho. O conhecimento sociológico não seria somente um instrumento de compreensão das relações sociais, seria também, um instrumento prático, de ação tendo em vista a melhoria das referidas relações. A visão desse segundo grupo estaria, portanto, mais próxima das concepções dos formuladores da Reforma do Ensino Médio. |
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