Abstract:
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Este trabalho resultou de estudo realizado com três mulheres chefes de família residentes em um bairro popular de uma cidade catarinense. Considerando a complexa construção ao longo da história de tudo o que se refere ao masculino e ao feminino, este trabalho pretendeu investigar de que forma constroem-se os sentidos de gênero na trajetória de vida destas mulheres. As entrevistas confirmam os dados estatísticos gerais: famílias chefiadas por mulheres sem marido são as mais pobres, são cada vez mais jovens e o grau de analfabetismo é elevado. Dentre o material analisado, constatou-se a forte presença de uma moral sexual conservadora e a importância delegada pelas entrevistadas à maternidade. Refletir como estes sentidos posicionam os sujeitos na trama das relações sociais e, portanto, nas relações de gênero, implica considerar que são nestas relações que os sujeitos constituem-se em homens e mulheres. Como metodologia de pesquisa para a coleta das narrativas, foram realizadas entrevistas recorrentes e em profundidade, e para a análise, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo temática. Privilegiar processos discursivos remete a indagações sobre a subjetividade e suas formas científicas de interpretá-las, entre estas, o lugar da psicologia na construção e manutenção dos discursos sobre "ter ou fazer" o gênero. |