Abstract:
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Em torno das duas características da menopausa, que vem a ser a parada da menstruação e da fecundidade, foram tecidos discursos de perdas da saúde física e mental, da feminilidade, da beleza e juventude, e da própria capacidade das mulheres se relacionarem afetiva e sexualmente a partir dessa fase. Na bibliografia encontrada para esta tese, da área biomédica e dos estudos feministas e/ou de gênero, a heterossexualidade é um pressuposto e assim, a procriação, o casamento e o sexo com um homem são considerados desejos tácitos centrais que envolvem profundamente as abordagens desse evento. Aqui, porém, investigo as vivências da menopausa em mulheres de orientação homoerótica, que problematizam as hierarquias centradas no masculino e os valores conforme estabelecidos tradicionalmente. Nesse sentido, a liberdade e capacidade de decidir apesar de todo o prescrito e veiculado, depende fundamentalmente de por às claras os agenciamentos de consciências e vontades produzidos e mantidos pelas relações sociais generizadas assimetricamente para o feminino, que incluem a questão homoerótica. Dessa forma, nesta investigação, interdisciplinar por excelência, utilizando as categorias de análise Corpo Vivido e Gênero, sugiro fortemente que a orientação sexual pode ser um fator de influência nas vivências da menopausa, no que tange aos discursos de perdas em seu entorno. |