Abstract:
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A pesquisa objetiva fazer dialogar o marquês de Sade com o cinema a partir da formação de um conceito de imagem sadeana, distinguindo-a radicalmente do sadismo, entendido mais como representação, absorção de imagens chocantes pelo senso comum. Para isso, leio, principalmente, além de Sade e alguns comentadores (Klossowski, Deleuze, Barthes, Foucault, Bataille e Lacan), os conceitos de (1) de imagem em vias de significar (sem imagem), em Agamben (lendo Debord); (2) de imagem-cristal em Deleuze; e (3) de imagem sem fundo (como violência) em Nancy. Sugiro então a imagem sadeana, a partir desses três parâmetros, como ataque violento à moral, porém feito pretensamente de fora da moral, a partir da Genealogia nietzscheana, da biopolítica (Foucault/Agamben) e do fim do humanismo (nas leituras que Agamben e Sloterdijk fazem de Heidegger). Tento então encontrar a imagem sadeana em Saló ou os 120 dias de Sodoma, de Pier Paolo Pasolini; O porteiro da noite, de Liliana Cavani; Café Flesh, de Stephen Sayadian; e Anticristo, de Lars von Trier. <br>
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