Abstract:
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A quitosana é um polímero de larga aplicação, destacando-se por ser estável, atóxico, filmogênico e apresentar potencial elétrico natural. Apresenta também biodegradabilidade, biocompatibilidade e mucoadesividade, além de ação antioxidante e antimicrobiana. Em geral, a quitosana é um produto derivado da quitina de crustáceos oriundos da indústria pesqueira. Seu fornecimento é afetado por instabilidades climáticas, carecendo de controle de qualidade e padronização da matéria-prima. Adicionalmente, os processos de extração são demorados e com considerável impacto ambiental. Estudos têm evidenciado o potencial de produção de quitosana prontamente extraível de microrganismos. Esse processo tem a vantagem do total acompanhamento do processo, do baixo custo e a possibilidade de controle de qualidade da matéria-prima. Além do mais, os processos de extração e purificação são mais rápidos e menos poluentes. Nesse contexto, a possibilidade de uma produção padronizada, aliada à extração facilitada e menor probabilidade de efeitos toxicológicos dos extratos de origem marinha, são diferenciais que motivaram este trabalho. O Laboratório de Bioprocessos da UFSC vem trabalhando no desenvolvimento de processos para o cultivo de microrganismos em biorreatores para produção de biomassa e obtenção de substâncias bioativas, sendo este trabalho parte de suas pesquisas. Além de avaliar biomassa residual da extração de betaglucanas e glucomananas de um fungo basidiomiceto para a obtenção de quitosana, também se isolou e estudou o processo de produção e extração de aminopolissacarídeos de cultivo submerso em biorreator airlift e biorreator de tanque agitado. Optou-se por metodologias de extração heterogênea (termoquímica) e os resultados obtidos apontam consideráveis diferenças entre os dois fungos. As diferenças são relacionadas tanto aos cultivos, quanto aos processos necessários para a extração dos materiais de interesse, além do rendimento, produtividade e qualidade dos mesmos. Os resultados reafirmam que fungos da ordem Mucorales destacam-se como alternativa para a produção de amino polissacarídeos, sobretudo quitosana. Assim, a busca por novos isolados, o aprimoramento das condições de cultivo e de extração dos compostos são os indicativos importantes a serem seguidos .<br>
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