Abstract:
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O declínio e morte das videiras, causados pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. herbemontis, é um dos principais problemas fitossanitários da viticultura no Sul do Brasil. A erradicação das plantas contaminadas é a principal forma de controle desta doença, por não haver controle químico eficiente. A inoculação com fungos micorrízicos arbusculares é uma alternativa para reduzir ou neutralizar efeitos de patógenos de solo, mas são necessários estudos sobre os mecanismos envolvidos na resposta das plantas nesse processo. Com o objetivo de compreender tais mecanismos um experimento trifatorial foi conduzido com os porta-enxertos de videira SO4, P1103 e R110, suscetível, tolerante e resistente ao patógeno, respectivamente. Eles foram inoculados ou não com o fungo micorrízico arbuscular (FMA) Rhizophagus irregularis e inoculados ou não com Fusarium oxysporum f. sp. herbemontis. Avaliaram-se o crescimento e sintomas de fusariose das plantas, o perfil protéico das raízes foi caracterizado por eletroforese bidimensional, e as proteínas foram identificadas por espectrometria de massa MALDI-TOF. Os porta-enxertos inoculados com R. irregularis apresentaram maior desenvolvimento e melhor estado nutricional, além de possuírem menor índice de doença quando inoculados com o fungo patogênico. O porta-enxerto R110 regulou a expressão de 73 proteínas enquanto que SO4 regulou 59 proteínas. No porta-enxerto SO4 foram identificadas nove proteínas relacionadas à indução de resistência, enquanto que no porta-enxerto R110 foram identificadas seis proteínas. Os resultados, além de confirmar a melhora no crescimento e no estado nutricional das plantas, inoculadas com Rizophagus irregulares, também mostram o potencial de micorrizas no controle biológico de doença radicular e evidenciam diferenças na interação dos porta-enxertos frente ao patógeno, ao FMA e à combinação de ambos <br>
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