Abstract:
|
Introdução: As alterações no processo da deglutição são denominadas de disfagia, um sintoma de uma doença de base que pode acometer qualquer parte do trato digestivo, desde a cavidade oral até o estômago. Essa disfunção pode trazer complicações clínicas como, permeação das vias aéreas, desnutrição e desidratação. É considerada grave e pode alterar a qualidade de vida dos indivíduos. Uma das maiores dificuldades é estabelecer programas de atendimento ao paciente disfágico. Desse modo, compreende-se que se faz necessário estudar a população de risco para disfagia orofaríngea e o fluxograma do setor de fonoaudiologia a esta população. Objetivos: Caracterizar o perfil e o processo de atendimento dos pacientes com disfagia pelo setor de fonoaudiologia/estágio do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal por meio da aplicação de um instrumento de coleta com dados de prontuários e registro do setor de fonoaudiologia, que contemplam dados sóciodemográficos e o tempo de internação, tipo de atendimento fonoaudiológico, aspectos clínicos dos pacientes e os procedimentos de atendimento em disfagia orofaríngea. Resultados: A amostra foi composta de 65 pacientes, com média de 61,67, variando de 22 a 95 anos, caracterizada por 53,80% do sexo feminino e 47,20% para o sexo masculino. A maioria da população excerce alguma profissão ativamente (23%) e mora em Florianópolis - SC (54%). O tempo médio de internação foi de 22,64 dias. Durante este período sete indivíduos foram a óbito. A média do tempo de internação foi 22,64 dias. As intervenções se deram em pacientes que realizam protocolo de broncoaspiração (41,50%), terapia (18,50%) e protocolo de broncoaspiração e terapia concomitantes (40%). Foi prevalente doença de base de risco para disfagia orofaríngea. Observou-se maior ocorrência de hipertensão arterial sistêmica como comorbidade associada. A intubação orotraqueal foi o suporte ventilatório mais encontrado. Sobre a via de alimentação, a via oral foi a mais verificada no momento de entrada hospitalar, houve predomínio da sonda nasoenteral durante o período de internação e na ocasião de alta hospitalar houve reintrodução da ingestão por via oral. Além disso, verificou-se evolução da ingestão por via oral, segundo o marcador Functional Oral Intake Scale. Foram realizadas 31 triagens e a avaliação fonoaudiológica é realizada nos primeiros cinco dias de internação. A videofluoroscopia da deglutição foi realizada em quatro pacientes. Conclusão: A população apresentou algum risco para disfagia orofaríngea, sugere-se então que estabeleça programas de atendimento fonoaudiológico, para promover maior controle das ações, principalmente na população idosa. |