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Os primeiros relatos na história sobre a utilização de cosméticos surgiu no Egito antigo e com o passar dos séculos essa cultura se espalhou pelo mundo todo. O consumo de cosméticos aumentou muito no Brasil e cada vez mais as indústrias produzem e desenvolvem novos produtos e tecnologias para suprir a vaidade da população. Durante a fabricação desses produtos, pigmentos inorgânicos podem arrastar das suas matrizes impurezas como metais tóxicos, os quais podem ser bioacumulativos e capazes de causar danos ao organismo humano. De acordo com a Resolução - RDC Nº 44, de 9 de Agosto de 2012 da ANVISA, as impurezas máximas de metais permitidas para corantes orgânicos em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes são: 3 ppm de arsênio, 20 ppm de chumbo e 100 ppm de outros metais pesados. Atualmente, tanto no Brasil quanto no exterior, ainda não existe uma legislação específica quanto a resíduos de metais tóxicos. As técnicas voltamétricas podem ser utilizadas para a determinação de metais tóxicos em concentrações muito baixas presentes em diversas amostras, entre elas amostras de diversos cosméticos. Estas técnicas permitem realizar medidas em curto tempo, possui um baixo custo de instrumentação e manutenção, versatilidade, portabilidade, seletividade e alta sensibilidade. Por este motivo, o trabalho desenvolvido apresenta uma proposta de metodologia eletroanalítica para determinação simultânea dos cátions metálicos chumbo, cádmio e zinco em amostras de cosméticos empregando o eletrodo de filme de bismuto. O BiFE foi preparado pelo método ex situ através da aplicação de um potencial de deposição de -0,8 V por 60 s, em um substrato de carbono vítreo imerso em uma solução tampão acetato 0,1 mol L-1 (pH 4,5), contendo 75 mg L-1 de Bi(III). Empregou-se a voltametria de redissolução anódica para a determinação dos íons metálicos. Na etapa de préconcentração dos analitos se aplicou um potencial de deposição de -1,3 V por 90 s e na etapa de limpeza do eletrodo de trabalho aplicou-se um potencial de -0,4 V por 60 s. Para a etapa de redissolução dos analitos a técnica utilizada foi a voltametria de onda quadrada, seus parâmetros foram otimizados: amplitude (40 mV), frequência (60 Hz) e incremento (6 mV). Observou-se também os picos de oxidação dos metais em -1,10 V para Zn(II), em -0,78 V para Cd(II) e - 0,55 V para Pb(II). As curvas de calibração apresentaram resposta linear na faixa de 5,0 a 50,0 μg L-1 para o Zn(II), 10,0 a 40,0 μg L-1 para o Cd(II) e de 10,0 a 60,0 μg L-1 para o Pb(II), utilizando um tempo de 40 s de deposição. O limite de detecção encontrado foi de 3,33 μg L-1 e 2,26 μg L-1 para o Zn(II), 2,92 μg L-1 e 1,43 μg L-1 para o Cd(II) e 2,60 μg L-1 e 1,02 μg L-1 para o Pb(II) utilizando tempo de deposição de 40 e 90 s respectivamente. Ensaios de recuperação em água foram feitos e os resultados obtidos para os íons zinco, cádmio e chumbo estão dentro do intervalo aceitável (95,8 a 118,5%), indicando que metodologia proposta apresenta confiabilidade. Não foi possível estudar a exatidão da metodologia com o uso de materiais de referência e métodos comparativos para a sua validação em tempo hábil, sendo estas atividades propostas como etapas a serem realizadas. Amostras de cosméticos foram testadas e verificou-se a presença de zinco, cádmio e chumbo. |
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