Abstract:
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Este estudo dedica-se a analisar a trajetória de ingresso e formação das mulheres na ACADEPOL/SC em 2016 na carreira de Delegada de Polícia. Para tanto, problematizo as percepções dessas mulheres, bem como as questões de gênero percebidas no período da formação policial. A pesquisa tem como interesses específicos, a investigação da quantidade de mulheres policiais que passaram a compor o efetivo da Polícia Civil em 2016 para a carreira de Delegada de Polícia, a identificação de dificuldades encontradas por essas mulheres para o ingresso nessa carreira, bem como as implicações das relações de gênero no curso de formação. A construção metodológica circunscreve-se no campo de Educação e Gênero. Para a coleta dos dados, um questionário semiestruturado foi aplicado às seis alunas Delegadas de Polícia da formação de 2016. O estudo tem relevância na área da Educação e da Segurança Pública, uma vez que estudos de gênero e suas relações contribuem para a compreensão e a interpretação dos processos sociais e educacionais construídos e presentes no curso de formação policial. A pesquisa permitiu-me a observação de múltiplas relações de gênero e desigualdades naturalizadas; de um lado, reconhecendo as práticas preconceituosas oriundas da sociedade e (re)apresentadas nos cursos de formação, e de outro lado, homens e mulheres que em relação provocam o meio social existente. Por fim, sinaliza-se que há mostras de enfrentamento das mulheres para com as várias formas de domínio masculino, no ensino policial, que ressignificam e questionam a (in)visibilidade das mulheres e as relações de gênero em carreiras profissionais, ainda, hegemonicamente masculinas. |