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O objetivo principal deste trabalho busca compreender de que maneira a educação formal privada tem contribuído para a reprodução da ordem social não democrática no Brasil contemporâneo. Optou-se metodologicamente por estudar o problema a partir da análise do fenômeno aqui concebido enquanto escola-empresa, o qual se caracteriza pela comercialização de “promessas” por vagas no ensino superior público. A tendência originada pelos cursos pré-vestibulares, hoje, tem alcance internacionalizado, visto que permuta pela bolsa de valores. O fenômeno posto em observação diz respeito aos cursos e colégios preparatórios do tipo franqueados atuantes no Estado de Santa Catarina. Estes – de caráter competitivo e fortemente assimilado por um teor administrativo empresarial – têm assumido o tratamento nítido da educação como um lucrativo empreendimento – tanto na projeção de suas respectivas propagandas, bem como na formulação da sua cultura escolar. Busca-se responder por quais meios de autoreprodução das escolas empresas tem corroborado para o cerceamento do acesso à educação de qualidade. Intentando ao objetivo de compreender as complexidades das escolas-empresas na formação tanto de sujeitos como no discernimento coletivo a respeito de educação, atribuídos ao conjunto da análise, tornam-se debates transversais: o recente projeto de democratização da escolaridade no Brasil, o cerceamento da expansão do direto à educação pública pelo do mercado empreendedor nacional e internacional, o mito histórico de qualidade das escolas privadas, e os respectivos efeitos ideológicos reproduzidos pelos sistemas mercadológicos de ensino. Na tentativa de melhor apreender os reflexos ideológicos empresariais na composição do currículo e das práticas escolares utiliza-se como ferramenta o conceito de cultura escolar de Forquin (1993) para fenômeno das escolas-empresas, em diálogo com o estudo de Aguiar (2013) a respeito do processo de empresariamento escolar do sujeito. |
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