Abstract:
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A estimativa do consumo de água necessária para a produção de produtos e execução de serviços em geral tem se tornado uma prática cada vez mais utilizada para definir a pressão destes sobre os recursos hídricos. Nessa análise, a energia que é necessária para a produção de um produto ou realização de um serviço também deve contar na estimativa total de consumo de água, já que existe um consumo de água associado à geração de energia elétrica, que geralmente não é contabilizado. Um indicador com potencial de auxiliar essas estimativas, é a pegada hídrica, que para empreendimentos hidrelétricos estima o montante de água consumido por unidade de energia. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é avaliar a pegada hídrica da Usina Hidrelétrica Barra Grande, que foi escolhida devido a disponibilidade de dados. Primeiramente, a partir de dados coletados diretamente no empreendimento em questão, foi estimada a evaporação de água do reservatório associado à usina, para isso, foi utilizada a subrotina crle2 do modelo WREVAP. Com base na curva cota X área do reservatório, nas medições de energia gerada e nas previsões de energia assegurada foi possível estimar a pegada hídrica associada à usina hidrelétrica em estudo. Como resultado, foram construídas curvas de pegada hídrica mensal e anual, para o período entre novembro de 2005 e dezembro de 2016, considerando tanto a energia gerada quanto a assegurada no cálculo. Os resultados mostraram que para valores mensais de pegada hídrica, utilizando a energia gerada o desvio padrão foi de 68 m³.MWh-1, enquanto que utilizando a energia assegurada o desvio foi de 5 m³.MWh-1. O valor de desvio padrão muito menor quando se utiliza a energia assegurada demonstra uma maior estabilidade nos valores de pegada hídrica. A utilização da energia assegurada no cálculo consegue assimilar as variações extremas advindas de questões climáticas e da sistemática de operação do sistema interligado nacional (SIN). |