Abstract:
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Devido ao avanço das doenças crônicas não transmissíveis - DCNTs no Brasil, é imprescindível a ampla discussão da academia, governo e setor produtivo, a fim de que estes possam propor soluções que fomentem a diminuição das DCNTs, seja através da pesquisa, políticas públicas e/ou a rotulagem dos alimentos. Logo, diante deste cenário uma das possíveis ações em discussão é a implementação do modelo de rotulagem “Multiple Traffic Light” ou MTL ou rotulagem semáforo. Este modelo fornece quantidades absolutas de sódio, açúcar e gorduras em uma escala de cores, onde a cor vermelha indica alto conteúdo, a cor amarela indica conteúdo moderado e o verde aponta baixo teor. Desse modo, o presente trabalho teve por objetivo simular a rotulagem de biscoitos que possuam excesso de sódio, açúcar ou gordura, segundo o modelo de “Multiple Traffic Light”, comercializados nos principais supermercados de Florianópolis, Santa Catarina. Logo, após a realização de estudos sobre a rotulagem semáforo obteve-se como resultado que 20% das 30 marcas estudadas apresentaram quantidade alta de gordura saturada, açúcar ou sódio, sendo classificadas com cor vermelha ou “red light”. Foi observado que no grupo classificado com cores vermelhas, 83% dos rótulos tiveram excesso do nutriente gordura saturada, 17% no nutriente açúcar e nenhuma com excesso de sal. Contudo, nota-se que grande parte das amostras não informaram a quantidade de açúcar em suas embalagens, cerca de 43% e ainda, no que se refere ao nutriente sódio três marcas encontram-se próximo ao limiar de classificação vermelha, isto é 10% das amostras coletadas. Após os estudos teóricos, foi realizada uma pesquisa online com 100 participantes que indicou que 80% desses possuem o hábito de ler os rótulos, sendo que o tipo de biscoito mais consumido foi cream cracker/água e sal. Sobre os dados coletados no formulário a respeito das DCNTs, constatou-se que 12% de entrevistados possuem ao menos uma DCNT e todos estes declararam possuir o hábito de leitura dos rótulos. Dado os devidos embasamentos, foram propostos 4 layouts de embalagens segundo o modelo MTL, onde constata-se que o novo layout proposto evidencia a qualidade nutricional do alimento por meio de uma rotulagem exposta na frente da embalagem, colorida e sucinta. Cabe ressaltar os desfechos deste trabalho, onde é possível inferir que a dificuldade de interpretação dos rótulos compromete a realização de escolhas alimentares conscientes. Contudo, cabe salientar que a rotulagem nutricional é parte de uma abordagem mais abrangente no combate às DCNT e, portanto, depende da implementação de diversas outras medidas complementares para realmente ser efetiva. O emprego desta nova forma de rotulagem é promissor e deve ser ainda explorado outros aspectos dessa como a análise das mudanças no padrão de consumo perante a nova rotulagem. |