Abstract:
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O presente trabalho problematiza o sujeito celíaco no contexto familiar e a impressão deste nos contextos de socialização. A partir disso, objetivamos compreender como essas relações foram responsáveis pela formação da (bio) identidade de crianças em uma condição de vida alicerçada numa pré-disposição genética. A pesquisa é tipificada como um estudo de caso, sendo o instrumento de coleta de dados a entrevista biográfica focal (em um total de três entrevistas) feita com mães de crianças celíacas. O referencial teórico, com o qual buscamos dialogar, foi centrado no pensamento do filósofo Michel Foucault e do sociólogo Nikolas Rose; autores capitais do registro teórico que se configura em torno dos conceitos de biopoder, biopolítica e de governamentalidade. Verificamos o início da regulação normativa, principalmente a partir de 2010, com a inserção da emenda à Constituição Federal, que prevê a garantia do direito à alimentação segura. Em 2012 foi criada a lei que perpassa as normas de alimentação escolar e, em 2013, é redigida a resolução normatizadora dessa lei. Os resultados apontados na pesquisa demonstram que a família é um importante instrumento das políticas de Estado e que elas auxiliam na criação de políticas biomédicas, direcionadas ao sujeito instituído enquanto celíaco. |