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Nesta pesquisa abordaremos determinados aspectos da produção do filme Chaimite - A Queda do Império Vátua (1953) do cineasta Jorge Brum do Canto. Esta obra cinematográfica narra uma fictícia história de amor entre portugueses e tem por cenário a Província de Moçambique, que se encontrava revoltada contra o jugo colonial português, a mando do régulo Gungunhana de Gaza. Assim, no decorrer da trama as campanhas militares de ocupação de 1895 ganham destaque, tendo por desfecho a prisão do monarca africano realizada pelo militar português Mousinho de Albuquerque, que na obra assume o papel de protagonista. Dessa forma, abordaremos dois processos distintos de mitificação da figura de Mousinho de Albuquerque, o que tem início imediatamente após a prisão do régulo africano ainda no século XIX e o processo de reabilitação do herói nacional levado a cabo pelo Estado Novo português, isto com o intuito de melhor situar nosso objeto de análise no contexto em que foi realizado. Deste modo, abordaremos este filme especificamente enquanto uma produção do período salazarista e buscaremos ampliar o debate acerca da construção e utilização de uma narrativa histórica ufanista por parte do Estado Novo, pois o objetivo central desta pesquisa consiste em avaliar a forma sutil com que esta obra cinematográfica em particular se enquadra na lógica colonial e propagandística deste governo. |
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