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Este trabalho tem como objetivo estudar a Exposição Colonial do Porto de 1934, mais especificamente a forma como a imagem dos povos colonizados foi apropriada e trabalhada pelos portugueses no contexto do evento em questão. Para isto, utiliza-se do conceito de “orientalismo” de Edward Said, unido a uma perspectiva de História Global. Portugal estava sob o governo ditatorial do Estado Novo, encabeçado por Oliveira Salazar, em harmonia com outros regimes de natureza fascista da Europa na primeira metade do século XX. A Exposição possuía “vilas-indígenas”, configuradas como zoológicos humanos, onde nativos trazidos da África, Ásia e Oceania ficavam em exibição para serem observados pelos europeus. Essa forma de exibição seguia uma didática, planejada pelos organizadores, para justificar o império luso em toda sua extensão temporal e geográfica, assim como colocar a civilização portuguesa em um patamar de grandeza sustentada pela construção da inferioridade de um “outro” indígena e colonizado. Observando a organização e o formato da exposição e suas produções de discurso e de imagem (incluindo o Jornal “Ultramar”, publicação oficial do evento), pode-se concluir que foi ativamente calculada a manipulação da imagem desse “outro” nas vilas indígenas, com o fim de justificar o plano colonial do Estado português. |
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