Abstract:
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Inserido nas questões acerca da história escolar do desenho, da
constituição desse saber como disciplina da escola básica, este estudo
busca investigar qual a natureza histórica de seus conteúdos. Tomam-se,
então, práticas de desenhar como unidade de análise, pressupondo-se
que considerar essas práticas em um âmbito não escolar pode ajudar a
melhor esclarecer as suas características de vida escolar. Assim sendo,
com um ferramental
teórico-metodológico foucaultiano, a
problematização de base é: Como práticas sociais de desenhar teriam
adquirido o estatuto de conteúdo escolar? Adentra-se, especialmente,
pelos territórios da cartografia, utilizando-a como ‘ponto de ataque’ para
buscar o feixe de problematizações que deu as condições de
possibilidade à emergência do desenho, assim como sua transformação e
usos em domínios diversos, perseguindo seus efeitos e as condições de
sua disciplinarização. Considera-se, ainda, um estrato temporal
específico para a análise - aquele situado entre meados do século XV até
o século XIX. A tese organiza-se em sete ensaios, cada qual abordando
uma problemática específica. O material de análise está situado no
campo da cartografia, das artes, da arquitetura, da engenharia, e também
em fontes escolares. Tudo isso, enfim, para que seja possível pensar a
emergência e manutenção das disciplinas escolares imbricadas às
relações de saber-poder que as engendram. |