Abstract:
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O presente trabalho, cujo escopo é a violência sexual engendrada e efetivada contra a mulher e, como eixo, a pesquisa da prática do estupro em Florianópolis no período compreendido entre os anos de 2016 e 2017, tem como objetivo identificar, quantificar e analisar dados constantes no Anuário Nacional de Justiça, no Relatório da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina (Violência contra a mulher) e notícias de jornais de grande circulação no Estado, a saber: Diário Catarinense e Notícias do Dia, para que haja uma compreensão deste crime, que posiciona o Estado de Santa Catarina como o primeiro em tentativas de estupro e o quinto em número de casos concretos no país. Visa perceber as relações entre os crimes de “estupro x poder econômico/político”, com a construção das Masculinidades a partir das cobranças exercidas sobre o homem. Observa-se que a prática do estupro tem origem numa sociedade onde os interesses estão centrados na coerção moral e sexual de posse sobre as mulheres, onde esta é criada nas relações de gênero em desigualdade e os modelos normativos foram construídos histórica e socialmente. Compreender essas violências praticadas de forma contra a mulher demonstra, como os modelos de masculinidades construídos historicamente, mas naturalizados em suas características, constituíram uma cultura machista e misógina, onde muitos homens se sentem no direito de violar o corpo e a integridade física da mulher, apenas pelo fato de ser mulher, violentando e abusando sexualmente da mulher. A centralidade da sexualidade na vida contemporânea, aliada a difusão dos modelos de masculinidades definidos pelo “ser macho” constrói sujeitos que perpetuam a violência de gênero. |