Desenvolvimento de um índice de privação socioeconômica para o Estado de Santa Catarina

Abstract

A privação é um estado de desvantagem observável e demonstrável em relação à comunidade local ou a sociedade em geral ou Nação a que um indivíduo, família ou grupo pertence. A medida da privação é de importância para a epidemiologia e para os formuladores de políticas públicas no que tange a alocação de recursos e direcionamento de intervenções sociais aos locais de maior privação. Diante da tamanha relevância social busca-se desenvolver um índice de privação que represente, para os setores censitários catarinenses, as diferenças de contextos aos quais os mesmos foram expostos. Trata-se de um estudo ecológico, tendo os setores censitários do estado de Santa Catarina como unidade de análise. O Índice de privação seguiu a metodologia proposta por Cartairs e Morris (1991). Usou como base de dados o censo demográfico 2010 e sete variáveis foram selecionadas para compor o índice que com auxílio do Excel e Microsoft Office Excel ® versão 2010 e software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 22 fez-se análise dos dados. Os escores do índice socioeconômico variaram de -11,59 a 21,94, e foram agrupados em cinco quintis. O desvio padrão do índice para Santa Catarina foi de 3,11. Os valores negativos indicam baixa privação e quanto maior a pontuação mais elevada à privação do setor. As regiões com melhores índices (privação muito baixa e privação baixa) se aglomeraram expressivamente em cinco mesorregiões, exceto a Serrana. As privações média e alta estão presentes em todo o estado, apresentando distribuição de forma mais homogênea quando comparada as outras categorias de privação. O mapeamento dos dados do índice de privação e sua descrição demonstraram diferenças entre as mesorregiões e dentro destas. Os resultados dessa pesquisa demonstram que o índice desenvolvido auxilia na identificação das diferenças intramunicipais por usar a menor unidade de análise.

Abstract: Deprivation is a state of observable and demonstrable disadvantage in relation to the local community or society in general or nation to which an individual, family or group belongs. The measure of deprivation is important for epidemiology and for the formulators of public policies regarding the allocation of resources and targeting of social interventions to the places of highest deprivation. In the face of such social relevance, the aim of the study is to develop a rate of deprivation that represents, for the catarinenses census sectors, the differences of contexts to which they were exposed. It is an ecological study that has the census sectors of the state of Santa Catarina as analysis unit. The rate of deprivation followed the methodology proposed by Cartairs and Morris (1991). The study used the demographic census of 2010 as database and seven variables were selected to compose the rate; and with the help of Excel and Microsoft Office Excel ®, 2010 version, and software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), 22 version, data analysis was carried. The scores of socio-economic rate varied from-11,59 to 21,94, and were grouped in five quintiles. The standard deviation of the rate for Santa Catarina was 3,11. The negative values indicate low deprivation and the higher the punctuation is the more elevated deprivation of the sector. The areas with greatest rates (very low deprivation and low deprivation) were expressively assembled in five mesoregions, except the mountainous region. The medium and high deprivations are present in the whole state, presenting a more homogenous distribution when compared with other categories of deprivation. The mapping of data of deprivation rate and its description showed differences between the mesoregions and inside them. The results of this research show that the developed rate helps the identification of intra-municipals differences by using the lowest analysis unit.