Abstract:
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Este estudo objetiva compreender o que vem a ser modernidade no ensaio Manet, de Georges Bataille ou, como colocado por ele, o nascimento da pintura moderna. Para isso, faço uma analogia deste ensaio com certos fragmentos de textos de Walter Benjamin sobre Baudelaire e a modernidade. Esta aproximação se justifica porque ambos voltam seu olhar do século vinte para a Paris do século XIX, em busca de sua teoria da modernidade, passando pela arte. Assim, o estudo parte do ensaio Manet, buscando analisar a personalidade do pintor como apresentada por Bataille, inserindo-o no quadro parisiense do século XIX, conforme apresentado por Walter Benjamin em Paris, Capitale du XIX siècle, uma introdução para o livro das Passagens. Para o desenvolvimento desta aproximação procuro, partindo do texto de Bataille, confrontar alguns fragmentos benjaminianos extraídos do ensaio A Paris do Segundo Império na obra de Baudelaire, do conjunto de textos reunidos em Baudelaire e a modernidade. A pesquisa procura compreender como, através de alguns aspectos significativos apontados por Bataille, o pintor Édouard Manet opera R de forma involuntária R, uma transgressão que culmina na transposição de um limite histórico: a passagem da arte clássica para o tempo da arte moderna. A pesquisa vê em Manet um sujeito apagado e insignificante, que destrói o objeto sobre o qual opera, sem projeto algum e sem objetivo definido; através da indiferença, este (não-)sujeito silencia um discurso opressor, educativo e mitológico que durante séculos vinha sendo transmitido através da pintura. |