Abstract:
|
Muito provavelmente o leitor machadiano já se deparou com Augusta Candiani lendo algum texto do escritor. Candiani foi musa inspiradora de muitos escritores da época e para Machado de Assis não foi diferente, sua voz seduziu e marcou a literatura do Oitocentos. Os assobios da Norma de Bellini, ópera pela qual a soprano se consagrou, foi música comum aos ouvidos sedentos por ópera daquele momento. Muniz Barreto dedica a cantora lírica italiana os seguintes versos: “O coração que definha, /Reanimas prazenteira, /na voz clara, feiticeira, com que meiga nos prendeste.” Já o soneto de Maciel Monteiro, 2º Barão de Itamaracá, perguntava-se de onde viria o poder divino e sublime que provocava este feitiço: “Em que fonte de encanto e de doçura, / Bebeste, ó Candiani, a voz divina?”. |