Abstract:
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As décadas de 1980 e 1990 foram marcadas pela ascensão do neoliberalismo, que tem como objetivo o Estado Mínimo e se opõe à existência de um Estado forte, intervencionista e promotor de bem-estar social. Tal teoria foi colocada em prática em países da América Latina e do Caribe por meio das exigências de duras reformas econômicas conhecidas como Consenso de Washington, feitas pelo FMI para a renegociação da dívida externa da região. Porém, um ajuste estrutural de tal intensidade pode acarretar diversos custos sociais e gerar impactos em indicadores socioeconômicos. Assim, dentre os diversos desdobramentos que podem ser analisados a partir das reformas neoliberais implementadas, o presente trabalho tem por objetivo demonstrar os impactos do Consenso de Washington em indicadores de pobreza e desigualdades na América Latina e no Caribe, abordando especificamente os impactos causados pelo receituário sobre indicadores de desenvolvimento humano na região, como pobreza, desigualdades, emprego, renda, seguridade social, educação e saúde. A metodologia utilizada é a de revisão bibliográfica, em que foram reunidos e analisados diversos trabalhos acerca do processo e dos resultados das reformas econômicas na região por meio de dados quantitativos e qualitativos. A partir dessa pesquisa, se pode verificar que as reformas econômicas neoliberais tiveram impactos majoritariamente negativos nos países da região que adotaram o Consenso, apresentando forte correlação entre a implementação de reformas econômicas neoliberais e a piora em acesso a serviços básicos, o aumento de desigualdade, a precarização do emprego e outros indicadores de desenvolvimento humano relacionados. |