Abstract:
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A criação do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, na década de 1930, trouxe uma nova estruturação para a
formação dos professores da escola primaria, deixando de ter como objetivo o domínio dos saberes emanados dos
campos disciplinares, para melhor compreender os saberes que se constituíam como ferramentas do trabalho
docente, os saberes com os quais ensinar. A nova estruturação fundamentava-se nos saberes advindos das ciências
da educação, que envolviam ensinar em função do desenvolvimento infantil, a busca por estratégias que
considerassem as experiências das crianças, às necessidades da vida e de questões emergentes sobre o ensinar e o
aprender. Para compreender como se constituíram e foram sistematizados esses saberes profissionais, sobretudo
os referentes ao ensino de matemática na escola primária, buscou-se subsídios nas categorias teóricas (saberes a
ensinar e saberes para ensinar), elaboradas por Hofstetter & Valente (2017). A análise da documentação advinda
do Instituto de Educação converge na afirmativa da existência histórica de uma matemática profissional, própria
da formação docente e que envolveu sua sistematização pela expertise pedagógica, validada nas experiências
vividas e elaboradas pelos professores formadores do próprio instituto. |