Abstract:
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A cannabis é uma planta que foi domesticada pelo ser humano, seus benefícios têm
sido explorados desde as antigas civilizações e seu desenvolvimento acompanha a
história da humanidade. Sua maior diferença frente às demais espécies botânicas é
que seus usos históricos, medicinais, econômicos e culturais foram proibidos ao
longo da história. Proibição fruto de interesses econômicos, questões sociais e
raciais, capitaneada pelos Estados Unidos da América, levada à cabo pela
Organização das Nações Unidas e perpetuada por setores conservadores da
sociedade. Entretanto, com o passar das décadas e com os resultados negativos
das políticas proibicionistas ao redor do mundo, uma nova abordagem em relação à
cannabis começou a surgir. Pesquisas científicas, maior acesso à informação,
movimentos reformistas, políticas progressistas são alguns fatores que vêm
favorecendo um novo paradigma acerca da cannabis. Pode-se dizer que o contexto
se tornou mais favorável para a legalização da maconha e a partir das mudanças
que estamos observando, a questão que se coloca é: como os Estados pioneiros na
legalização e regulamentação da cannabis conseguiram fazer com que a planta
entrasse para suas agendas políticas. Através da Teoria Construtivista das Relações
Internacionais e da Teoria de Múltiplos Fluxos de John Kingdon, buscou-se entender
o processo de transformação do proibicionismo da cannabis em política pública no
Uruguai e Colorado. |