Abstract:
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As violações de direitos humanos dentro dos hospitais psiquiátricos aparecem constantemente na literatura e no cinema como características da psiquiatria dos séculos passados. Com a luta antimanicomial e a lei que redirecionou o modelo de assistência à saúde mental no Brasil, em 2001, o paradigma de tratamento de transtornos mentais foi modificado. Mas até que ponto? Há menos de 5 anos, uma universitária foi internada, no interior de Santa Catarina, contra sua vontade depois de ter se assumido bissexual. Nas ruas de Florianópolis, um jovem costuma recusar o atendimento das instituições de assistência social porque teme que seja colocado novamente em um carro e enviado a uma clínica. Essas e outras histórias despertam a atenção para a realidade das internações compulsórias e involuntárias dos chamados “doentes mentais” e dependentes químicos. A presente reportagem busca entender a opinião de especialistas e levantar dados sobre o tema, abordando mudanças recentes nas políticas de saúde mental e abuso de drogas. Além disso, chama atenção para o uso de psicofármacos na contemporaneidade e sua relação com o conceito de “psiquiatria ampliada”. |