Produção do conhecimento do serviço social brasileiro no campo da violência de gênero contra a(s) mulher(es): uma abordagem feminista de(s)colonial

Abstract

A tese que ora apresentamos tem como objeto de investigação a análise dos estudos desenvolvidos pelo Serviço Social brasileiro no campo da violência de gênero contra as mulheres, a partir de uma perspectiva feminista de(s)colonial, entre os anos de 2007 a 2017, particularmente um período marcado pelo pós Lei Maria da Penha. A epistemologia feminista de(s)colonial fundamenta a tese, tendo como objetivo geral analisar os estudos desenvolvidos pelo Serviço Social brasileiro no campo da violência de gênero contra a(s) mulher(es), a partir de uma perspectiva feminista de(s)colonial, para especificamente levantar as concepções de gênero e violências de gênero contra as mulheres presente na literatura/artigos; identificar os marcadores interseccionais presentes na produção do conhecimento, no trato das abordagens dirigidas à questão da violência doméstica e familiar contra a(s) mulher(es); verificar as tendências teóricas feministas que informam as leituras sobre discussões de gênero e violências contra a(s) mulher(s); identificar as tendências do processo formativo no campo discursivo de gênero e violências. O método feminista (Sandra Harding, 1998) norteia o estudo que contou com levantamento de 14 periódicos vinculados a Programas de PósGraduação em Serviço Social brasileiro recomendados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), com classificação estrato Qualis A1 a B3, no quadriênio 2013-2016. O corpus da pesquisa compreendeu um universo de 95 artigos produzidos sobre temática de violência gênero contra a(s) mulher(es), dos quais 50 foram elaborados por autoras/es com formação/titulação em Serviço Social. Os resultados revelaram o predomínio da tendência teórica marxista de Heleieth Saffioti nas produções, com destaque para uma hierarquia de marca(dores) de classe e sexo; mencionam a consubstancialidade em detrimento da interseccionalidade, sem trazer uma definição sobre a mesma; os artigos ainda revelam que as experiências profissionais das/os autoras/es no campo das políticas públicas, reverberam em produções com recorte gênero. O trabalho é finalizado propondo o pensamento de teóricas feministas de(s)coloniais, para o Serviço Social.

Abstract: The thesis presented here has as its object of investigation the analysis of the studies developed by the Brazilian Social Service in the field of gender violence against women, from a feminist perspective of decolonial, between the years 2007 to 2017, particularly a period marked by the post Maria da Penha Law. The feminist epistemology of decolonial underlies the thesis, with the general objective of analyzing the studies developed by the Brazilian Social Service in the field of gender violence against women, from a feminist perspective of decolonial, to specifically raise the conceptions of gender and gender violence against women present in the literature / articles; to identify the intersectional markers present in the production of knowledge, in dealing with the approaches addressed to the issue of domestic and family violence against the women; to verify the theoretical feminist tendencies that inform the readings on discussions of gender and violence against the women; identify trends in the training process in the discursive field of gender and violence. The feminist method was used to guide the study, which included a survey of 14 journals linked to Postgraduate Programs in Brazilian Social Work recommended by the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES), with strata Qualis A1 to B3, in the quadrennium 2013-2016. The research corpus comprised a universe of 95 articles produced on the theme of gender violence against women), 50 of which were prepared by authors with a background in Social Work. The results revealed the predominance of Heleieth Saffioti's theoretical Marxist tendency in productions, with emphasis on a brand hierarchy (pains) of class and sex; mention consubstantiality to the detriment of intersectionality, without bringing a definition about it; the articles also reveal that the professional experiences of the authors in the field of public policies, reverberated in productions with a gender focus. The work ends with a proposal by the feminist theorist of decolonial, for Social Work.