Abstract:
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Este trabalho pretende analisar os impactos causados após a canalização do Rio da Bulha e construção da Avenida Hercílio Luz sobre a população do Beco Irmão Joaquim.
Ele busca ainda desnaturalizar uma ideia enraizada por parte da sociedade atual, a qual culpabiliza a população mais pobre que reside nos morros da capital, por sua própria condição habitacional desconsiderando o processo histórico. Para isto, foi realizado um levantamento de fontes que trouxeram, dentro das possibilidades e dos seus limites, uma composição de quem eram as famílias que residiam nos bairros adjacentes ao Rio da Bulha e quem eram os proprietários do Beco Irmão Joaquim procurando entender como ocorreram os despejos. A escolha do recorte temporal se deu devido à grande mobilização por parte das elites financeiras e governantes em propor uma reformulação urbana à cidade de Florianópolis para que esta deixasse para trás o seu passado colonial. Estas medidas impactaram no cotidiano da população local de diversas formas, desde a derrubada de moradias populares, habitadas geralmente por trabalhadores informais que foram deslocados para a fralda do morro do Antão, até o aumento do custo de vida na região. Para realização deste trabalho foram utilizadas como material de apoio pesquisas já realizadas sobre o período em questão por autores como é o caso de Hermetes Reis de Araújo, Roselane Neckel Kupka, Oswaldo Rodrigues Cabral, Eliane Veras da Veiga. Foram utilizadas fontes encontradas na Hemeroteca Nacional e documentos obtidos junto ao arquivo do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. |